Crédito imobiliário – O Plano é usar cerca de R$ 800 milhões do Fundo Garantidor da Habitação Popular (FGHab) para reduzir o risco dos financiamentos, diz secretário
O governo federal planeja lançar um programa de crédito imobiliário destinado a trabalhadores informais, reconhecendo as dificuldades enfrentadas por esse grupo para obter financiamentos. Para reduzir os riscos associados aos empréstimos para pessoas sem emprego formal, cerca de R$ 800 milhões do Fundo Garantidor da Habitação Popular (FGHab) serão utilizados.
Hailton Madureira de Almeida, secretário Nacional de Habitação, revelou que a implementação desse plano está prevista para setembro. Ele ressaltou que os trabalhadores informais enfrentam uma taxa de reprovação de crédito significativamente maior, devido à falta de comprovação de renda e estabilidade profissional. Essa realidade dificulta a obtenção de financiamentos imobiliários tradicionais, deixando-os excluídos do acesso à moradia.
Através do uso dos recursos do FGHab, o governo pretende reduzir essas barreiras e oferecer oportunidades de crédito para trabalhadores informais adquirirem suas próprias casas. A expectativa é que esses recursos ajudem a financiar a aquisição de 150 mil a 200 mil imóveis para esse grupo da população.
Essa iniciativa também pode impactar positivamente as empresas do setor imobiliário envolvidas no programa Minha Casa Minha Vida, como MRV, Direcional, Tenda, entre outras, que poderão atender a uma nova demanda de clientes e impulsionar o mercado.
Embora a recente melhoria da perspectiva de rating para “positiva” tenha impactado os preços dos ativos, economistas apontam que a execução do novo governo ainda é necessária para que as mudanças ocorram efetivamente e os benefícios alcancem os trabalhadores informais.
Almeida destacou que essa medida visa corrigir uma falha de mercado ao oferecer crédito para os trabalhadores informais, que atualmente enfrentam dificuldades para se enquadrar nos requisitos tradicionais de concessão de empréstimos imobiliários. O fundo garantidor tem como objetivo desenvolver o financiamento para esse segmento da população, reduzindo o risco até que o mercado esteja suficientemente desenvolvido. Almeida acredita que esse mercado não precisará de apoio por muitos anos, uma vez que espera-se que, com o tempo, os trabalhadores informais possam adquirir uma maior estabilidade financeira e acessar outras formas de crédito.
O secretário informou que os financiamentos imobiliários utilizando o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) devem chegar a 450 mil neste ano. Com o suporte aos trabalhadores informais, espera-se um aumento de 50 mil a 100 mil imóveis financiados anualmente, fornecendo a esses trabalhadores a oportunidade de realizar o sonho da casa própria.
A taxa de juros a ser aplicada no fundo ainda será definida, levando em consideração as necessidades dos trabalhadores informais. O governo também está avaliando a possibilidade de um orçamento adicional ou aporte da União caso os recursos sejam bem utilizados e haja demanda crescente.
A expectativa do governo é que o uso dos recursos direcionados aos trabalhadores informais ajude a estimular o mercado imobiliário a atender pessoas com renda de 1 a 2 salários mínimos, que pertencem à Faixa 1 do programa Minha Casa Minha Vida e atualmente têm menos opções de imóveis disponíveis. Essa iniciativa visa proporcionar uma maior inclusão e acesso à moradia digna para essa parcela da população.
Criado inicialmente para o programa Minha Casa Minha Vida, o Fundo Garantidor da Habitação Popular (FGHab) atuava como um seguro contra danos e riscos relacionados às obras dos imóveis do programa. Segundo o governo, o fundo cumpriu sua função e o mercado de seguros nessa modalidade já está desenvolvido atualmente. Agora, o foco está em utilizar os recursos disponíveis para garantir que os trabalhadores informais também tenham a oportunidade de realizar o sonho da casa própria.
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