Com o encerramento do ano, esta é uma dúvida comum que permeia os pensamentos de quem já está na expectativa para novas oportunidades de negócio em 2013.
Porém, antes de qualquer análise futura, é preciso entender como o mercado se comportou no decorrer deste ano. Em 2012 notamos um movimento diferente do registrado nos anos anteriores. Vimos uma desaceleração do mercado imobiliário quando presenciamos um maior empenho para redução do estoque das construtoras e incorporadoras e, com isso, uma diminuição no número de lançamentos.
Desaceleração ou bolha imobiliária?
E se você sentiu um calafrio só de ler a palavra “desaceleração” e logo pensou em bolha imobiliária, não se espante, você não é único a ter essa impressão. Contudo, a análise que faço é de que esse foi um comportamento necessário para o mercado e que, acima de tudo, demonstra um amadurecimento do setor.
Veja bem, viemos de um crescimento acelerado, onde praticamente todo lançamento era vendido em tempo recorde. Isso porque o aumento da oferta de crédito, a estabilização da economia, o aumento do poder de compra da população, aliados a programas de incentivo do Governo e ao elevado déficit habitacional brasileiro, serviram como a combinação perfeita para a alavancagem do setor imobiliário.
Entretanto, o que registramos em 2012 foi uma redução desta “euforia” do setor imobiliário. Neste ano, a quantidade de lançamentos de novos empreendimentos diminuiu consideravelmente. As empresas empenharam-se em entregar o que haviam prometido e em reduzir o seu estoque.
Isso significa que o segmento está perdendo força? Não vejo assim.
Percebo que o mercado caminha para um crescimento sustentado por uma visão planejada. E essa desaceleração é um prova disso.
E quando faço esta análise, sempre surge o seguinte questionamento: “mesmo diante deste cenário, o preço do imóvel não para de subir. Isto seria um indicativo para a bolha?”. Avalio que não, pois o estopim para a tão temida bolha envolveu três fatores primordiais: a oferta deliberada do crédito sem uma análise crítica, a supervalorização do imóvel e a alta inadimplência das pessoas que não conseguiam arcar com as dívidas do financiamento imobiliário.
Política de crédito como segurança para o mercado
No Brasil, entretanto, temos uma política de concessão de crédito rigorosa, justamente para oferecer mais segurança para o mercado. Além disso, o que vemos no nosso país, na realidade, é uma atualização dos valores dos imóveis que durante muito tempo estiveram estagnados. Aliás, é importante destacar que os preços praticados em nosso país tendem a um equilíbrio com uma valorização mais moderada.
Mercado imobiliário internacional
Muitas vezes, temos a impressão de que o nosso imóvel está muito acima do desejado, quando comparamos aos preços praticados em outros países, a exemplo dos Estados Unidos. Contudo, esta análise é um pouco equivocada, pois não é simplesmente o nosso valor que está alto, mas o preço praticado por lá que está muito abaixo do mercado.
Perceba, os norte-americanos ainda tentam se recuperar da crise de 2008. Por lá, as taxas de desemprego ainda são muito altas, logo, o mercado não se sustentaria se o valor do imóvel estivesse em seus parâmetros normais. O que se registra, na realidade, é uma subvalorização do imóvel.
Sendo assim, os fatores da economia local influenciam diretamente no mercado imobiliário. E não é sem motivos que para 2013 a previsão é de um cenário de mudanças positivas para o setor de imóveis no Brasil.
E os incentivos do Governo?
O Governo já sinalizou a inserção de pacotes de incentivo para o segmento, como o aumento no limite do FGTS para a compra do imóvel, a baixa nos juros, novos investimentos no programa Minha Casa Minha Vida e ainda há a expectativa da isenção de alguns encargos e impostos para movimentar ainda mais o setor.
Desse modo, vejo um mercado em 2013 com o retorno dos lançamentos, com preços mais equilibrados e reajustes mais conscientes. Além disso, perceberemos também um maior planejamento do setor com uma forte tendência de renovação nas formas de projetar um empreendimento, por exemplo, com a oferta de imóveis mais customizados, de acordo com o perfil de cada região e com as necessidades do cliente, o que será um facilitador na hora da comercialização.
Quem ganha com isso no final das contas?
E assim, o maior beneficiado dessa reorganização do mercado será o próprio consumidor. E com o cliente satisfeito, o setor também se fortalece. Portanto, os profissionais da área devem estar atentos e preparados para poder aproveitar estas oportunidades, interpretando estas tendências e expectativas e as transformando em potenciais negócios.
Esta é a hora certa para começar os estudos e análises do mercado a fim de realizar um planejamento para aproveitar melhor o novo ano que logo se iniciará.
Por: Guilherme Machado
Guilherme Machado: Consultor, Coach e Palestrante. Expertise no desenvolvimento de equipes comerciais com foco em resultado
Fonte: www.guilhermemachado.com
Guilherme Machado, parabéns pelos comentários. Essa é nossa expectativa. Boas Festas
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