A queda da taxa de juros para os financiamentos imobiliários anunciada pela Caixa Econômica Federal, que entra em vigor a partir de amanhã (4), fez a instituição revisar para cima a previsão de empréstimos para a casa própria no ano. O vice-presidente de Governo e Habitação do banco, José Urbano Duarte, disse que, com as novas taxas de juros que serão praticadas, a Caixa deverá atingir, em 2012, R$ 96 bilhões em habitação. A estimativa anterior era de R$ 90 bilhões, cerca de R$ 10 bilhões acima do total emprestado em 2011.
Urbano explica que a queda dos juros foi possível porque a Caixa vem conseguindo manter, desde 2009, a inadimplência dos financiamentos imobiliários em 1,7%. Nesse período, os financiamentos habitacionais mais que dobraram e a instituição, segundo ele, ganhou em racionalidade e eficiência. Como a Caixa detêm, sozinha, mais de 72% do mercado, o governo conta que as demais instituições financiadoras da casa própria serão forçadas a seguir o movimento do banco público para não perderem clientes.
A queda dos juros foi significativa, podendo chegar a 2% ao ano para quem tem relacionamento com a instituição. O vice-presidente da Caixa chama a atenção para o fato de que a taxa mais baixa vai beneficiar todo mundo, ou seja, mesmo quem não é cliente da Caixa e não deseja ter nenhuma outra relação com o banco a não ser o financiamento imobiliário. Para esses, a queda foi de 1%. E a taxa de juros caiu para a classe média, ou seja, para quem tem condições de comprar um imóvel com financiamento do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), de até R$ 450 mil para imóveis cujo valor de avaliação ou venda for de até R$ 500 mil e acima desse valor, fora das condições do SFH.
“Os financiamentos para a baixa renda, com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e também os do programa Minha Casa, Minha Vida, já estavam com taxas diferenciadas, de no máximo 6% ao ano, além de contarem com subsídio do governo federal”, disse Urbano para justificar porque a instituição não mexeu nos juros dos financiamentos para a faixa da população com renda familiar de até R$ 3,1 mil.
Para dar maior visibilidade à medida, a Caixa aproveitou os feirões, que já vem sendo realizados há oito anos, para começar a praticar as novas taxas. Os feirões da Casa Própria começam amanhã no Recife, em Brasília, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e Fortaleza. Até o dia 10 de junho, outras cinco capitais, além das cidades de Campinas (SP) e Uberlândia (MG), também contarão com esse tipo de evento. Segundo a Caixa, no total, serão oferecidos mais de 430 mil imóveis entre novos, usados e na planta.
Do Correio Braziliense
Fonte: Diario de Pernambuco
