Saiba como fazer um contrato de gaveta de compra e venda de imóveis

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Saiba como fazer um contrato de gaveta de compra e venda de imóveis
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O contrato de gaveta é uma prática comum no mercado imobiliário, especialmente em situações em que o imóvel não possui escritura ou está com a documentação irregular. Esse tipo de contrato é utilizado para formalizar a compra e venda de imóveis de forma particular, sem a necessidade de registro no Cartório de Registro de Imóveis. No entanto, é importante entender que essa prática envolve riscos significativos para ambas as partes. Neste artigo, vamos explicar como fazer um contrato de gaveta, os riscos envolvidos e como se proteger.

O Que é um Contrato de Gaveta?

Saiba como fazer um contrato de gaveta de compra e venda de imóveisO contrato de gaveta é um acordo particular de compra e venda de imóveis que não é registrado no Cartório de Registro de Imóveis. Ele é chamado assim porque, na maioria das vezes, fica guardado em uma gaveta, sem formalização legal. Esse tipo de contrato é comum em situações em que o imóvel não possui escritura ou está com a documentação irregular, como em casos de terrenos em áreas não regularizadas ou imóveis antigos sem registro.

No contrato de gaveta, o vendedor transfere a posse do imóvel para o comprador, mas a propriedade formal não é transferida, já que não há escritura ou registro. Isso significa que o comprador assume a posse do imóvel, mas não tem a garantia de ser reconhecido como proprietário perante a lei.

Como Fazer um Contrato de Gaveta?

Se você está pensando em fazer um contrato de gaveta para a compra e venda de um imóvel sem escritura, é importante seguir alguns passos para garantir que o acordo seja o mais seguro possível. Confira:

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1. Identificação das Partes

  • O contrato deve conter os dados completos do vendedor e do comprador, incluindo nome, CPF, endereço e estado civil.

2. Descrição do Imóvel

  • Descreva o imóvel de forma detalhada, incluindo endereço completo, metragem, características físicas e quaisquer outras informações que ajudem a identificar o bem.

3. Valor e Forma de Pagamento

  • Especifique o valor total do imóvel e a forma de pagamento (à vista, parcelado, etc.). Se houver entrada, informe o valor e a data de pagamento.

4. Cláusulas do Contrato

  • Inclua cláusulas que definam os direitos e obrigações de ambas as partes, como:
    • Prazo para a regularização da documentação do imóvel.
    • Responsabilidade por despesas como IPTU, taxas de condomínio e manutenção.
    • Penalidades em caso de descumprimento do contrato.

5. Assinatura e Reconhecimento de Firma

  • Ambas as partes devem assinar o contrato. É recomendável que as assinaturas sejam reconhecidas em cartório, o que confere maior segurança ao documento.

6. Testemunhas

  • Inclua a assinatura de duas testemunhas no contrato. Elas podem ser úteis em caso de disputas futuras.

7. Anexos

  • Anexe ao contrato documentos que comprovem a posse do imóvel pelo vendedor, como recibos de pagamento, contratos antigos ou declarações de vizinhos.

Modelo de Contrato de Gaveta de Compra e Venda de Imóveis

Quais São os Riscos do Contrato de Gaveta?

O contrato de gaveta envolve uma série de riscos, especialmente porque não há garantias jurídicas para o comprador. Confira os principais riscos:

1. Falta de Propriedade Formal

  • Como o imóvel não tem escritura, o comprador não será reconhecido como proprietário perante a lei. Isso significa que ele não poderá vender, financiar ou fazer qualquer transação com o imóvel.

2. Venda para Terceiros

  • O vendedor pode vender o imóvel para outra pessoa, já que o comprador não tem o registro da propriedade.

3. Problemas com Herdeiros

  • Se o vendedor falecer, o imóvel pode ser incluído no inventário e transmitido aos herdeiros, deixando o comprador sem direitos sobre o bem.

4. Dificuldades para Regularizar o Imóvel

  • A regularização de um imóvel sem escritura pode ser um processo demorado e caro, envolvendo abertura de matrícula, georreferenciamento e pagamento de taxas.

5. Penhoras e Dívidas

  • O imóvel pode ser penhorado em caso de dívidas do vendedor, e o comprador não terá como reivindicar a propriedade.

Como Se Proteger ao Fazer um Contrato de Gaveta?

Se você decidir fazer um contrato de gaveta, é importante tomar algumas medidas para minimizar os riscos:

  1. Busque Orientação Jurídica
    • Consulte um advogado especializado em direito imobiliário para avaliar os riscos e garantir que o contrato seja o mais seguro possível.
  2. Documente Tudo
    • Mantenha registros de todas as conversas e acordos entre as partes, como e-mails e mensagens.
  3. Guarde Comprovantes
    • O comprador deve guardar todos os recibos e comprovantes de pagamento.
  4. Reconhecimento de Firma
    • Faça o reconhecimento de firma das partes no cartório no momento da assinatura do contrato.
  5. Regularize o Imóvel
    • Se possível, inicie o processo de regularização do imóvel o mais rápido possível, para garantir a segurança da compra.

Alternativas ao Contrato de Gaveta

A melhor maneira de evitar os riscos do contrato de gaveta é optar pela regularização do imóvel antes da compra. Isso pode ser feito por meio de:

  1. Abertura de Matrícula
    • Se o imóvel não possui matrícula no Cartório de Registro de Imóveis, é possível abrir uma nova matrícula, desde que sejam apresentados documentos que comprovem a posse do imóvel.
  2. Usucapião
    • Em alguns casos, é possível obter a propriedade do imóvel por meio de usucapião, desde que o comprador comprove a posse prolongada e ininterrupta do bem.
  3. Regularização Fundiária
    • Em áreas urbanas ou rurais, é possível regularizar o imóvel por meio de programas de regularização fundiária oferecidos pelo governo.

O contrato de gaveta pode ser uma solução temporária para a compra e venda de imóveis sem escritura, mas envolve uma série de riscos para ambas as partes. A falta de registro no Cartório de Registro de Imóveis e a ausência de propriedade formal tornam essa prática arriscada e, em muitos casos, desvantajosa.

Se você está pensando em fazer um contrato de gaveta, é fundamental buscar orientação jurídica e considerar alternativas mais seguras, como a regularização do imóvel. Lembre-se: a segurança jurídica é essencial para garantir seus direitos e evitar problemas futuros.

Evite riscos desnecessários e opte por soluções seguras e legalmente válidas!

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