Momento é propício para comprar imóvel

Quem espera melhores condições de compra para realizar o sonho  da casa própria pode estar deixando passar a oportunidade de adquirir sua casa com preço mais atrativo. Para especialistas, a hora de comprar imóvel é agora.

Mesmo com velocidade de vendas menor nos primeiros cinco meses deste ano, dificilmente o valor das unidades lançadas cairá. “A inflação sobre o custo dos materiais de construção, mão de obra e terrenos não tem previsão de ficar menor nos próximos meses, e esses gastos são repassados ao comprador final”, explica o economista-chefe do Sindicato da Habitação de São Paulo, Celso Petrucci. Portanto, a regra é pesquisar muito e pechinchar. “O mercado está propício para isso. As construtoras querem vender.”

E a venda e lançamento de imóveis no Grande ABC segue com vantagem em relação à Capital. Isso porque os preços das unidades comercializadas entre as sete cidades ainda são menores. Enquanto um imóvel de 55 m² e com dois dormitórios custa, em média, R$ 177 mil na região, o mesmo produto é encontrado a R$ 221 mil na Capital. “Isso explica por que a região atrai tantas construtoras de São Paulo. Muitas pessoas que moravam na Capital estão migrando para Santo André, São Bernardo e São Caetano, principalmente. Isso nos mostra que os imóveis na região tendem a continuar valorizando”, aponta o diretor da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio, Luiz Pompéia.

BOLHA – Apesar da forte valorização do preço dos imóveis nos últimos anos, o Brasil está longe de passar por uma bolha imobiliária. Segundo especialistas consultados pela equipe do Diário, o fenômeno é inviável diante do cenário econômico que o País se encontra. “O mercado nacional não precisa temer pela bolha, como aconteceu nos Estados Unidos. Lá, o setor imobiliário representava 65% do PIB do país. No Brasil é diferente, o setor não chega nem a 5% do PIB. Não vamos quebrar”, afirma Pompéia.

Ele conta ainda que, mesmo com preços altíssimos, ainda há muitos brasileiros à procura da casa própria. “Com a alta demanda, as construtoras aproveitam esse momento para subir os preços e lucrar acima da margem de lucro. Enquanto estiverem vendendo, os valores não vão baixar”, explica.

Outro fator positivo, que espanta os rumores da possível bolha, é o equilíbrio entre o crédito imobiliário e a inadimplência. O índice não ultrapassa 7% dos contratos de financiamento, segundo dados do Banco Central deste ano.

CENÁRIO – Pompéia acrescenta que antes de 2007 as regras de financiamento eram mais restritas e os preços ficaram um bom tempo estagnados, e depois, com a melhora do cenário e aumento dos prazos, de 20 para 30 anos, as construtoras procuraram ampliar seus ganhos. Mesmo com preços salgados, o economista do Secovi-SP acredita que o setor imobiliário deva crescer entre 5% e 10% pelo menos nos próximos dez anos.

“Nossos financiamentos estão mais acessíveis a classes de menor renda, com prazos de até 30 anos. Além disso, a renda do brasileiro está crescendo e mais gente tem possibilidade de comprar sua casa. Ainda temos um deficit muito grande no Brasil. É preciso abastecer essa maioria”, sinaliza Petrucci.

Para que isso aconteça, a saída dos empreendedores é comprar terrenos sub-ocupados, áreas industriais desativadas para lançar novos produtos. “É o caso do Espaço Cerâmica, em São Caetano. Uma área antiga e sem utilidade, que vai virar megaempreendimento residencial e comercial”, cita o diretor da Embraesp.

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC

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