Os resultados recentes do segundo trimestre de 2024, divulgados pelas principais incorporadoras, revelam um cenário positivo para o mercado imobiliário, que continua a crescer mesmo diante das altas taxas de financiamento e da estabilização da taxa Selic. O setor habitacional projeta um desempenho recorde para o ano de 2024.
Dados do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) confirmam essa tendência em São Paulo. Nos 12 meses encerrados em julho, o número de unidades lançadas aumentou 23%, alcançando 88 mil imóveis, impulsionados especialmente pelo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). As unidades vinculadas ao MCMV na capital paulista registraram um impressionante crescimento de 75% em um ano, enquanto os lançamentos no segmento de média e alta renda sofreram uma queda de 15%.
As vendas, por sua vez, cresceram em ambos os segmentos, com destaque para o MCMV, que apresentou um aumento de 37%, contra 20% nos demais mercados. No total, as vendas subiram 28%, totalizando 90,8 mil unidades, superando o número de lançamentos e levando a uma redução de 12% no estoque de imóveis novos disponíveis, agora em 55,2 mil unidades.
Perspectivas e Desafios
O economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, apresentou esses dados durante a Convenção Secovi e destacou que não há indícios de que essa tendência positiva se reverta no futuro próximo. Mesmo com a taxa básica de juros estabilizada em 10,5% ao ano, o mercado continua a mostrar resiliência, com vendas robustas e uma oferta em queda.
Um ponto de atenção, segundo Petrucci, foi a recente paralisação na aprovação de novos projetos de incorporação em São Paulo devido à revisão da Lei de Zoneamento, impactando o setor de média e alta renda. No entanto, essa paralisação foi resolvida em junho, permitindo que o mercado retome seu ritmo.
O financiamento, tanto das obras quanto para os compradores, permanece um desafio para o setor. Petrucci enfatizou a importância das negociações em curso para assegurar a contribuição dos fundos de pensão ao crédito imobiliário, bem como a necessidade de proteger as fontes de financiamento destinadas às pessoas físicas. O Conselho Curador do FGTS, por exemplo, já ampliou o orçamento para habitação em 2024, com um adicional de R$ 22 bilhões, totalizando R$ 140 bilhões.
Expectativa para o Segundo Semestre e Além
Segundo Fabio Araújo, CEO da Brain Inteligência Estratégica, a tendência para o segundo semestre de 2024 é de um aumento nos lançamentos e nas vendas, especialmente no último trimestre, tradicionalmente o mais forte do ano. Araújo prevê que 2024 pode se tornar o melhor ano de vendas desde que a Brain começou a monitorar os dados nacionais, em 2016, e que os lançamentos deste ano podem ser os mais altos, perdendo apenas para 2021.
Com a diminuição do estoque de imóveis, há uma margem para um aumento ainda maior nos preços. Já se observa que o valor dos imóveis subiu além do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que acumulou uma alta de 4,42% nos últimos 12 meses até julho.
Capacitação e Networking: Um Diferencial Competitivo
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