Nos últimos sete anos foi a maior alta (AC) – (DC) ainda veremos
Notoriamente o mercado imobiliário vinha bem e se preparando para um grande momento.
Isso Antes Corona (AC), mas Depois Corona (DC) não veio simplesmente um freio de arrumação como aconteceu na crise que passamos, agora temos outro fenômeno que atinge em plena decolagem o crescimento. Creio que só atinge, mas não abate.
Todo mundo que estava se preparando para lançamentos e novos produtos continua trabalhando (com um olho no gato e outro no peixe é verdade) em ritmo menor, mas não engavetando os planos. Com quem falei, a conversa é a mesma, estão se organizando, pensando mais e planejando com mais tempo, mais cuidado.
Ninguém desistiu e não creio que o façam.
A mudança que vem por aí é a relação do usuário de imóvel com sua propriedade. Em especial os Millennials.
Essa geração está muito mais preocupada em curtir a vida e ser feliz do que comprar um imóvel ou um carro, afinal existem o Airbnb e o Uber para resolver isso, respectivamente.
Em tempos DC com a grana mais curta, a tendência do aluguel deve ser uma verdade na mesma medida em que pequenos investidores que correram da bolsa (com recursos entre R$ 300 mil e R$ 2 milhões) irão para os imóveis.
O raciocínio de quem perdeu nessa confusão é o mesmo de quem aplica seus recursos na poupança: pode render menos do que a bolsa (quando em alta, claro), mas não perco.
A confirmar o aumento de separações por conta de tanta convivência dos casais e o estresse gerado (minha mãe sempre disse que é fácil viver com os outros, o difícil é conviver) a primeira demanda é alugar um imóvel.
O crescimento desse segmento está relatado AC nos números divulgados pelo FipeZap de Locação Residencial.
Março apresentou alta de 0,99% (real de 0,92%) na média do país. Foi a maior alta desde 2013 (naquele ano o aumento foi superior a 1,%).
Como toda regra tem exceção, Fortaleza, teve recuo de 0,62% contrapondo com 10 capitais que exibiram alta nominal (e real) no preço do aluguel residencial, destacando-se Belo Horizonte (+1,85%) e logo depois Salvador (+1,75%) e Brasília (+1,34%), São Paulo (1,26%) e Rio de Janeiro (0,69%).
Se comparados os últimos 12 meses a locação residencial acumula alta nominal de 5,14%, ou seja, mais do que a inflação IPCA/IBGE (+3,30%). Curitiba tem a maior alta acumulada (+13,29%) seguida por Florianópolis (+13,18%) e São Paulo (+7,45%). Já no Rio de Janeiro, temos (+1,33%), inferior à inflação registrada pelo IPCA.
O Preço médio de locação residencial fechou o trimestre em R$ 30,37/m². São Paulo teve o preço mais elevado (R$ 40,52/m²), em segundo foi Brasília (R$ 31,61/m²) e no Rio de Janeiro (R$ 30,70/m²). Capitais com menor valor de locação residencial em dezembro tivemos: Fortaleza (R$ 17,08/m²), Goiânia (R$ 17,37/m²) e Curitiba (R$ 21,43/m²).
Quanto à Rentabilidade do aluguel (cap rate) houve alta de 4,53%, sendo o retorno médio do aluguel residencial 4,81% em março de 2020 (alta de 0,28 ponto percentual em 12 meses). Pra variar maior do que os índices e aplicações financeiras de referência.
Para onde vai o mercado DC é uma incógnita para todo mundo ainda que tenhamos a certeza de que teremos lançamentos e novos projetos, pois a máquina não pode nem vai parar.
O cuidado é o compasso (ou descompasso) entre a vontade dos empresários fazer o carro andar e a vontade dos compradores embarcar nele.
Por: Heitor Kuser – Kuser Participações