Edifícios sustentáveis e eficientes em energia são parte das estratégias do país para reduzir emissões de carbono. Até 2020, 30% das novas construções terão que contar com credenciais verdes; Veja alguns arranha-céus exemplares por lá
Taipei: o prédio verde mais alto
Não satisfeito em ser um dos edifícios mais altos do planeta, com seus 509 metros de altura e 101 andares, o chinês Taipei resolveu passar por um retrofit para se tornar o maior arranha-céu ecológico do mundo. A administração do local investiu cerca de 3 milhões de reais em obras que deixassem o prédio mais sustentável. Entre as credenciais eco-amigáveis, o edifício possui vidros especiais que filtram a luz do sol e impedem a formação de ilhas de calor no interior dos escritórios.
Também conta com um controle de qualidade interna do ar, sistema de captação de água da chuva e tratamento de reciclagem de água cinza para reutilização no banheiro e limpeza. Além disso, políticas de gestão de energia permitiram melhorar em 30% a eficiência energética e evitar emissões de carbono de 5.369 toneladas. Algumas melhorias tiveram a ver com mudanças de hábito. Por meio de atividades de educação ambiental, as cerca de mil pessoas que trabalham no prédio passaram a reciclar mais e buscar meios alternativos de transporte, como compartilhamento de carro.
Parkview Green
Um dos projetos de arquitetura mais sustentáveis da China, o Parkview Green,em Pequim, é um centro comercial, composto por escritórios e hotel boutique. Ele é atravessado bem no meio por uma via pública de pesdestres. A sustentabilidade da construção em forma de pirâmide não se baseia em uma tecnologia muito complicada. Os ganhos em eficiência energética, por exemplo, são orquestrados por sistemas passivos. A estrutura dispensa uso de ar-condicionado convencional, porque o espaço interior atua como uma chaminé ntaural. Com seus mais de 100 metros de altura, o vão recolhe e transporta o ar quente para cima e para fora do edifício. No total, esse sistema ajuda a reduzir em 40% o uso de energia, evitando a queima de 5 mil toneladas de carvão anualmente.
Pearl River Tower
O Pearl River Tower é um arranha-céu de uso comercial ecologicamente correto em Guangzhou projetado pela firma de engenharia SOM. O que torna esse gigante de 71 andares distribuídos por 310 metros de altura sustentável? Simples, tudo nele favorece a economia de energia. Entre as inovações, a torre é equipada com turbinas eólicas para aproveitar a energia do vento e parte das fachadas são revestidas por duas finas paredes separadas por um corredor ventilado que protegem os espaços interiores das temperaturas extremas. O edifício também foi desenhado com uma curvatura especial, que ajuda a aumentar a velocidade do vento que alimenta as turbinas de geração de eletricidade.
Centre for Sustainable Energy Technologies (CSET)
O Sustainable Technologies Center (CSET) em Ningbo, é a primeira construção de emissão zero do país. Com uma área de 1,3 mil metros quadrados, este prédio de cinco andares foi concebido para concentrar pesquisas em energia renovável e tecnologias limpas. Longe de mero efeito figurativo, a fachada foi pensada a partir de uma análise bioclimática, para garantir boa ventilação e quantidade de sombra adequada na maior parte do tempo. Uma grande abertura no telhado funciona como fonte de luz e de ventilação, que são distribuídos a todos os andares do edifício uniformemente. A estrutura também conta com sistemas alternativos de geração de energia, como células fotovoltaicas e geração geotérmica. Outro sistema é responsável pelo tratatmento e reciclagem de água, que é reutilizada nos banheiros e para irrigação dos jardins.
Centro Sino-Italiano de pesquisa em energia
Resultado da cooperação entre o Ministério do Ambiente da Itália e do Ministério da Ciência e Tecnologia da China, este edifício é uma plataforma para desenvolver a cooperação a longo prazo entre os dois países nos domínios da energia e do meio ambiente e uma vitrine para o potencial de redução das emissões de C02 no setor da construção.
O edifício tem um sistema de controle inteligente, com sensores de intensidade de luz que maximizam o uso de iluminação natural e infravermelho para reconhecer quando as pessoas entram e saem de uma sala. Um sistema de ventilação no chão libera ar puro no interior quando os sensores detectam que o nível de dióxido de carbono em uma área tornou-se muito alta. No lado leste e oeste, muito exposto ao sol, a incidência da luz é controlada por uma fachada de revestimento espcial que filtra os raios solares e otimiza a penetração da luz do dia nos escritórios.
GreenPix Zero Energy Media Wall
Um paredão de luzes coloridas que não passa despercebido por ninguém. Composto por mais de 2 mil LEDs que reproduzem padrões e combinações de imagens, o mega-monitor GreenPix Zero Energy Wall (“Parede de mídia energia zero” ) foi instalado em 2008 para impressionar os visitantes que foram aos jogos olímpicos de Pequim. Como sugere o nome, ele é autossuficiente em eletricidade, utilizando milhares de células de energia solar. A estrutura passa o dia recarregando e, à noite, exibe todo o seu esplendor. Localizada no complexo de entretenimento Xicui, a fachada funciona como um espaço de mídia ecológica e interativa, servindo de tela para os artistas mostrarem o seu trabalho com a tecnologia de LED.
Por: Vanessa Barbosa
Fonte: Exame