Você acha estranho acreditar que humanizar as relações faz a diferença nos negócios, em um tempo que se fala tanto em tecnologia?
Às vezes me vejo fugindo das redes sociais, não aguento mais ver tantos profetas, milagreiro e bons samaritanos. Fico me perguntando se a intenção é de realmente ajudar, ou só conquistar aplausos, likes e dinheiro.
Não generalizo, existem muitos profissionais bons, responsáveis e com credibilidade. Mas esse primeiro grupo que citei, acaba se destacando.
Acredito talvez, que seja pelas receitas de bolo de como conquistar as coisas mais rápido, com atalhos e muitas ou na maioria das vezes, fora da realidade da maioria.
Sou palestrante a alguns anos, tanto de chão de fábrica quanto de escritórios como na Av Berrini SP. O tipo de público pode e é diferente, cada um com a suas particularidades e necessidades, mas todos são pessoas.
Com muito ou pouco dinheiro, com muito ou quase nada de conhecimento ou experiência, são seres com sentimentos, preocupações, problemas e dores.
E essa história de humanizar as relações.
Se colocar em um pedestal para ajudar ou dizer que está em busca de humanizar as relações, é buscar aplausos, não criar empatia.
Desce aqui, isso mesmo, desce aqui para olhar do ângulo certo. De cima do palco ou de um pedestal fica mais difícil.
Você não precisa viver as dores do outro para compreender ló, jamais iremos conseguir compreender a todos, você só precisa olhar do ângulo certo para aprender a respeitar e procurar ajudar.
O nome disso é empatia.
Ouvi muito de líderes e gestores nesses tempos de home office, “a minha equipe está ok, mas as outras”… “O problema são eles” … “a gente não consegue se entender “… “nunca encontramos o culpado”…
Acredito que muitos desses problemas não surgiram agora. Mas aquela corda bamba em que todos andavam, passou a balançar muito mais.
Não precisamos inventar a roda para melhorar isso, só precisamos deixar ela mais redonda, sem brechas ou curvas, para rodar sem saltos e os outros problemas.
Eu sei que as mudanças no mundo corporativo são mais rápidas do que podemos acompanhar, e isso talvez justifique a correria e os atalhos.
Mas as pessoas, ainda são pessoas. E elas não podem e não devem ser esquecidas.
Nunca se falou tanto em saúde mental, qualidade de vida e bem-estar como agora. Algo que deveria ser o nosso arroz com feijão, o básico para se ter uma vida mais produtiva e feliz, se tornou o pote de ouro depois do arco íris que quase ninguém encontra.
Não é fácil, nada parecido com um conto de fadas, mas também não precisa ser colocado como algo inalcançável.
Por onde começar
Humanizar as relações seja em qual direção for, de cima para baixo ou vice-versa, tendo como foco trabalhar a boa comunicação, o respeito, a empatia, a competição saudável, o trabalho em equipe efetivo e a facilitação para o desenvolvimento de hábitos mais saudáveis.
E isso não é tão complicado quanto parece, basta ser importante, tornando-se necessário e pronto. Realizamos feitos muito mais complexos do que esses, pelo simples fato de serem importantes.
No entanto mudanças estão sendo percebidas não só por questões de escolhas, mas principalmente por necessidade. E elas não podem e não devem ficar só nos discursos ou nos textos bonitos. Por isso é preciso ampliar o olhar e principalmente, passar a agir de forma diferente.
É preciso comprar a ideia de que relações humanas saudáveis são necessárias, que o sucesso depende de pessoas e que pessoas felizes são muito mais produtivas.
Realizar palestras e treinamentos para buscar a mudança de comportamentos sem pisar em ovos, é uma boa forma de começar. Proporcionar diálogos sinceros, abertura para opiniões sem medo de ser repreendido e um caminho aberto para as novas possibilidades.
Essa é uma das formas que venho buscando trabalhar dentro das empresas.
E por aí, o que vem sendo feito, me conta.
Autora: Kelly Colombo
Instagram: @kelly.colombo