Vendas de imóveis usados e locação de residências têm trimestre positivo em SP

Depois de dois meses seguidos de alta, os mercados de venda de imóveis usados e locação residencial tiveram, em março, quedas de 4,17% e 2,63%, respectivamente, sobre fevereiro. Mas o primeiro trimestre apresenta ambos com saldo positivo no Estado de São Paulo, com acumulado de 13,11% para as vendas e de 9,54% para a locação. Os dados consolidados das pesquisas feitas mensalmente pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP) também mostram alta geral de preços dos imóveis. O índice CreciSP apresentou aumento de 8,3% em março em relação a fevereiro e alta acumulada de 6,32% no primeiro trimestre. O índice mede o comportamento dos preços dos aluguéis novos e dos imóveis usados negociados pelas imobiliárias pesquisadas mensalmente pelo Creci no Estado de São Paulo.

“Os imóveis novos diminuíram de tamanho, os preços relativos aumentaram e com isso os usados ganham espaço e se firmam como opção que combina preço menor e espaço maior”, afirma José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP, ao explicar o desempenho positivo do mercado de usados, mesmo em um momento econômico difícil como o atual.

“Quem faz a conta para saber o preço do metro quadrado de um novíssimo imóvel minúsculo e o compara com o de um usado similar na mesma região ou bairro, vai pensar muito antes de cair no canto de sereia do marketing que o vende como o novo sonho de consumo”, acrescenta.

“O preço menor é o que move a maioria dos compradores de usados, como recorrentemente mostram as pesquisas do CreciSP, e eles juntam a isso o benefício do desfrute de um lugar mais amplo, especialmente quando se trata de famílias”, enfatiza Viana Neto, citando como evidência dessa tendência a concentração das vendas em imóveis de menor valor e com pagamento à vista ou parcelado pelos proprietários. “É o que a maioria pode comprar já que o financiamento bancário continua sendo praticamente inacessível”, ressalta.

Em março, por exemplo, 50,34% dos imóveis usados vendidos no Estado de São Paulo custaram aos compradores até R$ 300 mil, com 57,63% deles negociados por preços médios de metro quadrado de até R$ 4.000,00. A pesquisa também registrou que 56,71% desses imóveis foram vendidos com pagamento à vista e 5,37% a prazo, em prestações pagas diretamente aos proprietários. A participação dos financiamentos foi de 37,59%.

Descontos reduzidos na venda

A pesquisa feita pelo CreciSP com 922 imobiliárias de 37 cidades registrou queda na venda de imóveis usados em março no Estado, o que fez o índice de vendas estadual recuar 4,17%, de 0,3373 em fevereiro para 0,3232 no mês seguinte. Das unidades vendidas, 58,05% eram apartamentos e 41,95% eram casas.

As vendas caíram em duas e aumentaram em duas das quatro regiões que compõem a pesquisa CreciSP: sobre fevereiro, a alta foi de 19,07% no Litoral e de 4,46% no Interior. Na Capital, houve queda de 6,15%, que se acentuou para 44,05% nas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco.

Os descontos que os proprietários costumam conceder sobre os preços que inicialmente pedem para vender seus imóveis encolheram em março comparado a fevereiro. Em regiões de bairros nobres, ficaram estáveis em 11,03%. Em bairros centrais, baixaram 0,12%, de 8,31% para 8,3%. Nas regiões de periferia, os descontos de 8,86% em março foram 16,02% menores que os de 10,55% de fevereiro.

Fiador é meio de garantia de 49,03% das novas locações

As 922 imobiliárias que o CreciSP pesquisou em 37 cidades do Estado alugaram um volume menor de imóveis no período, reduzindo em 2,63% o índice de locação de fevereiro (2,7669) para março (2,6941). O número de novas locações caiu 9,1% no Interior, 7,29% no Litoral e 27,7% nas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco. Na Capital, aumentou 36,11%.

O fiador tradicional, pessoa física, é quem vai garantir o pagamento dos aluguéis em caso de inadimplência dos inquilinos da maioria dos novos contratos assinados em março, com 49,03% do total. As outras modalidades adotadas foram o depósito de três meses do aluguel (21,74%); o seguro de fiança (13,16%); a caução de imóveis (11,63%), a locação sem garantia (2,13%); e a cessão fiduciária (2,29%).

Os descontos concedidos pelos donos dos imóveis sobre os valores inicialmente pedidos para alugá-los foram de 11,59% para aqueles localizados em bairros de áreas nobres das cidades; de 10,9% para os de bairros centrais; e de 10,49% para os de bairros de periferia.

As casas foram os imóveis mais alugados no Estado em Março, com 51,25% do total; apartamentos somaram 48,75%. A pesquisa CreciSP também apurou que 70,49% das novas locações estavam localizadas em bairros de áreas centrais das cidades, distribuindo-se as demais entre os bairros de periferia (22,3%) e de áreas nobres (7,21%).

Estavam inadimplentes em março 4,83% dos contratos em vigor nas 922 imobiliárias pesquisadas pelo CreciSP, 1,9% a mais que os 4,74% de fevereiro. As imobiliárias também receberam as chaves de casas e apartamentos, entregues por inquilinos que desistiram de os continuar alugando por motivos como mudança de bairro ou cidade (58,51% do total) ou por motivos financeiros (41,49%). Esse número de imóveis devolvidos equivaleu a 82,57% do total de novas locações contratadas em março.

A pesquisa CRECISP foi realizada em 37 cidades do Estado de São Paulo. São elas: Americana, Araçatuba, Araraquara, Bauru, Campinas, Diadema, Guarulhos, Franca, Itu, Jundiaí, Marília, Osasco, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba, Taubaté, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião, Bertioga, São Vicente, Peruíbe, Praia Grande, Ubatuba, Guarujá, Mongaguá e Itanhaém.

Fn | Departamento de Comunicação – CRECISP

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