BRASÍLIA – O governo vai baixar nos próximos dias um decreto criando um índice oficial para medir a evolução dos preços dos imóveis residenciais em todas as capitais do país. O objetivo é acompanhar com lupa um segmento que vem crescendo a taxas bastante elevadas e detectar eventual formação de bolhas. Chamado de Índice de Preços de Imóveis no Brasil, o indicador será desenvolvido pelo IBGE, em parceria com a Caixa Econômica Federal, maior financiadora imobiliária do país, com possibilidades de convênios com outros bancos. O índice poderá produzir estatísticas já no fim de 2011.
A intenção do governo de mapear o mercado imobiliário foi antecipada pelo GLOBO no ano passado. Ela decorreu do fato de o crédito imobiliário estar apresentando expansão exponencial ano após ano. Além disso, o preço do metro quadrado disparou em grandes centros urbanos, como Rio de Janeiro e Brasília, e no interior, que passou por prolongado período de enriquecimentos nos últimos anos.
Segundo técnicos da equipe econômica, a expectativa é que dados concretos do setor já estejam disponíveis em dezembro deste ano. O IBGE vai trabalhar em cima de avaliações da Caixa e outros bancos fortes no crédito imobiliário, além de fazer pesquisas de mercado.
A metodologia já está sendo construída e vai permitir, no futuro, conhecer a evolução dos preços dos imóveis residenciais por bairros. Inicialmente, a ideia é mapear cidades, estados e regiões, afirmou ao GLOBO um interlocutor.
O índice oficial será do IBGE, mas a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que já tem um índice de imóveis comerciais, também vai auxiliar as áreas responsáveis do governo na apuração do comportamento dos preços em várias cidades do país. Esse trabalho, inclusive, já começou.
A diferença fundamental entre as metodologias é que, no caso da FGV, a base será os laudos de avaliação fornecidos pelas instituições financeiras, enquanto no IBGE, além desses laudos, será feita também pesquisa de campo.
De acordo com dados do Banco Central (BC), nos últimos 12 meses encerrados em junho, o crédito habitacional subiu 50%. Apesar disso, a autoridade monetária avalia que ainda há espaço para crescer, pois a modalidade representa apenas 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Em junho de 2010, a proporção era de 3,3%.
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