Lançamentos e redução dos juros para financiamento intensificam a retomada do mercado imobiliário

O número de apartamentos novos lançados em Curitiba teve alta de 18% no 1º semestre desse ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Ao todo, foram 855 novos imóveis residenciais colocados no mercado de janeiro a junho de 2019, segundo a última pesquisa divulgada pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), realizada em parceria com a BRAIN Inteligência Corporativa.

“Curitiba tem o menor estoque de imóveis novos dos últimos nove anos, pouco mais de 5,5 mil apartamentos disponíveis, ante uma demanda que gira em torno de 20 mil unidades por ano. Fica evidente a necessidade de novos imóveis para atender esse consumidor, especialmente na classe média. O estímulo à compra se dá pela progressiva redução das taxas de juros do financiamento imobiliário, que permite que ele saia do aluguel ou da casa dos pais e até mesmo troque sua moradia atual”, analisa o presidente da Ademi-PR, Leonardo Pissetti.

Segundo dados da pesquisa da Ademi-PR, o número de apartamentos novos em estoque em Curitiba, no 1º semestre desse ano, teve queda de 24%, na comparação com o mesmo período de 2018.

A série histórica revela que o pico de apartamentos em estoque na capital paranaense se deu em junho de 2014, quando havia 12.238 apartamentos à venda na cidade. “A partir de janeiro de 2016, começamos a notar uma redução gradual do estoque em Curitiba, indicando o ajuste pelo qual o mercado imobiliário passou nos últimos anos”, comenta Pissetti.

Em junho de 2019, os bairros Centro, Ecoville, CIC (Cidade Industrial de Curitiba), Capão Raso e Água Verde concentraram a maior quantidade de apartamentos novos em estoque em Curitiba. Já os bairros Atuba, Tatuquara, Guabirotuba, Pilarzinho e Campo Comprido registaram os menores volumes de imóveis residenciais novos disponíveis para venda na cidade.

A demanda maior do que oferta, aliada ao aumento dos insumos da construção (especialmente os terrenos) e à maior participação dos empreendimentos de alto padrão e luxo nos lançamentos, impactaram diretamente o preço. Segundo pesquisa da Ademi-PR, em junho desse ano, o preço médio do metro quadrado privativo dos apartamentos novos em Curitiba chegou a R$ 7.674,00, com correção de 6,2% em relação a junho de 2018.

O reajuste ficou acima da inflação do país nos últimos 12 meses, tendo junho desse ano como mês de referência: o índice ficou em 3,3%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). “Isso significa que houve ganho real para o comprador, o que coloca o imóvel residencial também como uma boa opção de investimento, ante a baixa rentabilidade de aplicações financeiras mais conservadoras, como a poupança, modalidade de preferida pela maioria dos brasileiros, junto com o imóvel”, avalia o presidente da Ademi-PR, Leonardo Pissetti.

A pesquisa da Ademi-PR mostra ainda que os apartamentos de 3 quartos acumularam a maior variação de preço de março a junho desse ano, com alta de 6,6% no valor médio do metro quadrado privativo (R$ 7.624,00 por metro quadrado) na comparação com o mesmo período de 2018. Os apartamentos de 2 quartos tiveram a segunda maior correção, de 5,8%, com preço médio de R$ 6.627,00 por metro quadrado privativo.

Financiamento – Para o presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), Leonardo Pissetti, além do otimismo dos empresários em relação à economia, o aumento da produção no mercado imobiliário é um reflexo na abertura do acesso ao crédito no país. “A redução da taxa de juros não apenas para o comprador, mas também para as empresas financiarem as novas construções, é fundamental para manter esse ciclo virtuoso do mercado imobiliário”, argumenta.

A melhora é comprovada pela pesquisa da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip): no 1º semestre de 2019, foram financiados, nas modalidades de aquisição e construção, 22,3 mil imóveis no país, 13,4% a mais do que o registrado em junho de 2018.

Em valores, o crescimento foi ainda maior, a se considerar as operações realizadas dentro do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE): no 1º semestre de 2019, os financiamentos somaram R$ 33,7 bilhões, superando em 33% o volume realizado em igual período de 2018, segundo pesquisa da Abecip.

Resultado que demonstra o esforço dos agentes financeiros em ampliar o acesso ao crédito no mercado imobiliário, segundo o gerente regional de construção civil da CAIXA, Julio César Goginski. Como exemplo, ele citou as condições facilitadas para financiamento imobiliário à pessoa física, para imóveis residenciais dentro do SBPE, vigentes para os contratos assinados até o último dia 31 de julho.

As mudanças incluíram a redução da taxa de juros (a partir de 8,5% ao ano +TR), cota de 90% para financiamento de imóveis com obra financiada pela CAIXA, além da reabertura da linha de crédito pela Tabela Price, com financiamento de até 80% do valor do imóvel.

“Embora a CAIXA ainda tenha a maior participação no crédito imobiliário no país, o banco teve que tirar o pé do acelerador, nos últimos anos, especialmente para o SBPE. Agora, estamos com uma política de crédito bastante agressiva para retomar nossa posição, condição que deve se intensificar a partir do 2º semestre”, afirma Goginski.

Fonte: Diário Indústria & Comércio

Deixe seu comentário