De 2008 até 2014, número de profissionais passou de 106 para 500. Crescimento imobiliário impulsionou profissão, diz Creci-PB.
Um levantamento feito pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-PB) apontou que o número de profissionais cadastrados atuando em Campina Grande quadruplicou em seis anos. No início de 2008, eram apenas 106 e hoje eles passam dos 500. A expansão imobiliária com a abertura de crédito associada à facilidade de financiamento justifica maior demanda por corretores.
De acordo com o Sindicato da Indústria da Construção e do Mobiliário da Paraíba (Sinduscon-PB), 2013 se encerrou com 1.212 imóveis novos vendidos em Campina Grande entre janeiro e dezembro e todos os meses cerca de 2.000 estavam disponíveis para a venda. Com estes números, a necessidade de mais corretores se tornou óbvia.
Na empresa imobiliária de Janilson Nascimento foram contratados 15 corretores de imóveis do meio de 2013 para início de 2014, duplicando o quadro de funcionários. “Mesmo com estas contratações, eu ainda tenho espaço para novos corretores”, disse o empresário.
A geração de empregos no setor na Paraíba foi recorde para o mês de janeiro desde o início da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério Público do Trabalho e Emprego (MTE), em 2003.
De acordo com o economista do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Paraíba, Renato Silva, o principal responsável por essa guinada estadual no quadro geral de contratações são os imóveis, pois movimentaram sobremaneira os setores da construção civil e dos serviços. “As atividades de construção civil, venda e administração de imóveis impulsionaram a geração de empregos no estado, sobretudo nas cidades de João Pessoa e Campina Grande”, destacou Renato.
O setor de serviços teve saldo de 914 entre contratações e demissões, aumentando em 0,66% a massa trabalhadora, impulsionado pelo segmento de comércio e administração de imóveis. Esse número histórico resultou no aumento de 348% novos empregos, com saldo de 934 vagas preenchidas.
Já a construção ficou com saldo de 832, um crescimento de 1,63% da massa de trabalhadores, a maior entre todos os segmentos. Os empregos aumentaram 75% na comparação entre janeiro de 2013 e de 2014. Conforme o economista, isto acontece porque o setor é muito dinâmico, com muita rotatividade e as contratações podem ser resultado do início de grandes obras.
Tecnologia pode ser diferencial do corretor
Com tantos novos corretores de imóveis, Rodrigo Iacoino desenvolveu um jeito novo de trabalhar e atender os clientes. Formado em Administração de Empresas, ele largou o emprego de atendente de telemarketing que tinha para abrir um escritório de corretor autônomo. Mas o escritório vai com ele aonde ele for na palma da mão.
Rodrigo desenvolveu um projeto de pastas e diretórios que expõem sistematicamente todos os imóveis disponíveis para a venda em Campina Grande, de acordo com o bairro, o tamanho, a faixa de valor e até localização do lado do sol ou inverso. Assim, o cliente consegue ver no celular do corretor, todas as informações e imagens dos apartamentos e casas.
“É uma tendência à qual eu não podia ficar de fora, mas também é preciso não tirar da mente a necessidade da humanização no atendimento porque podemos criar o efeito contrário inibindo o cliente que não é adepto das novas tecnologias”, explicou. Rodrigo tem à mão ainda dispositivos que digitalizam os documentos do cliente para início de contrato através de uma foto, ou editores de texto nos quais ele já formaliza o contrato na casa do cliente e manda imprimir do próprio celular para a impressora, caso ela esteja conectada na internet.
E que tal tirar uma fotografia de um espaço e já ter na tela do telefone todas as medidas da planta baixa? É isso o que faz o aplicativo MagicPlan. O corretor utiliza ainda ferramentas como Google Earth, Google Maps e Street View para mostrar aos clientes as imagens e a localização dos imóveis.
A bússola digital é outro recurso para identificar ventilação e iluminação do ambiente. “O bacana é que são aplicativos que qualquer pessoa pode adquirir e nem precisa ter mega equipamentos, basta um smartphone, que todo mundo tem, mas que mudou minha forma de trabalhar, de ganhar dinheiro, meu perfil de clientela. Enfim, mudou minha vida”, concluiu.
Fonte: G1