Mercado imobiliário vai crescer acima do PIB

Em ritmo acelerado, o mercado imobiliário do país cresceu, no ano passado, 11,6%, o equivalente a 4,1 pontos percentuais acimados 7,5 do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, segundo mostra uma pesquisa realizada pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Rio (Ademi-RJ) com base em dados do IBGE e da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A aceleração acima do PIB deverá se manter em 2011, com o setor crescendo 5,5% contra uma previsão do PIB abaixo de 4% (segundo boletim Focus de ontem, o crescimento deve ficar em 3,96%).

“Isto é resultado do aumento do crédito imobiliário, que faz o mercado acelerar”, explica o presidente da Ademi-RJ, Conde Caldas, acrescentando que momento como o atual só foi vivido em1982. “O crédito voltou quando a legislação restabeleceu a fidúcia(possibilidade de retomar o imóvel caso o proprietário não pague o financiamento)”, explica. Além disso, diz Caldas, há um momento de emprego, de confiança na economia, o que estimula o comprador.

De 2009 para 2010, o crédito imobiliário cresceu de R$ 49,6 bilhões para R$ 83,1 bilhões (67,5%). A estimativa é de que, em 2011,chegue a R$ 115 milhões, alta de 38,4%. Pela primeira vez na história, o número de unidades financiadas no ano passou de um milhão, foi de 1,052 milhão, contra 670 mil em 2009. Do total, do ano passado, 631 mil unidades foram financiadas com recursos do FGTS e 421 mil pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). No primeiro trimestre de 2011, o total de imóveis financiados foi de 306 mil, e a estimativa é de que este número chegue a 1,2 milhão no ano.

Caldas destacou que a expansão não está baseada numa bolha, mas na demanda. “O déficit habitacional era de 5,8 milhões em 2009. Estima-se que, com o PAC 2, caia para 4 milhões, nos próximos anos”.Segundo a pesquisa, o déficit é de 1,127 milhões em São Paulo, 19% do total, ede 537 mil no Rio, 9,3%.

O empresário, que é dono da construtora Concal,explica que no Brasil o crédito imobiliário corresponde a 4% do PIB, mas deve chegar em 9% em 10 anos. No entanto, nos Estados Unidos este percentual chega a 78%; no Reino Unido, a 83%; e na Dinamarca, 100%. “Não temos bolha. Temos é uma demanda reprimida por anos de falta de crédito e de economia parada”.

Quando questionado sobre a especulação, na qual um número cada vez maior de pessoas compra imóveis para alugar ou como investimento, Conde diz ser natural.”No Brasil, 80% dos imóveis são próprios e só 20% estão disponíveis paraa luguel. Em países em desenvolvimento a relação é de 50% a 55% próprios e 45% a 50% para aluguel.”

Fonte: Valor Econômico

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