Um apartamento no Rio de Janeiro, com valor de mercado calculado em R$ 250 mil está sendo leiloado pela Rossi com lance mínimo de R$ 0,01. A ação não irá trazer resultados diretos para a incorporadora, mas segundo Paulo Kendzerski, diretor de Marketing da WBI (empresa de soluções de comunicação para a internet), é um bom exemplo de uso de ferramentas da rede pelo mercado imobiliário. “A empresa irá conhecer o perfil de pessoas interessadas em comprar em breve um imóvel e poderá utilizar esses dados em ações posteriores”, garante.
O uso da web para alavancar a comercialização de imóveis foi tema de seminário realizado ontem pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS). Na ocasião, o diretor de novos negócios do Google, Alexandre Yokoyama, apresentou uma pesquisa realizada com 400 pessoas que haviam comprado imóvel recentemente, com o objetivo de apontar como os usuários de internet escolhem determinado empreendimento e quais são suas motivações para a compra. O levantamento mostrou que 88% deles utilizaram a internet ativamente em seu processo de escolha.
Os sites das imobiliárias são os mais acessados nesse contexto, sendo em 57% dos casos a fonte mais utilizada, seguidos pelas ferramentas de busca (48%). Os resultados também mostraram que existe uma complementariedade de ferramentas no processo (sites de imobiliárias e de busca, canais de vídeos, mídias sociais etc) e a percepção pelos consumidores dos anúncios online como forte influência na lembrança da marca e no processo decisório.
De acordo com Yokoyama, é preciso levar em conta ainda o longo tempo de duração do processo de decisão para a aquisição de um imóvel. Entre os compradores que fizeram parte da amostra da pesquisa, 13% efetuaram a compra em até uma semana e 70% após mais de um mês. Por isso, as incorporadoras e imobiliárias devem oferecer diferentes aproximações ao longo do período por meio da web. “Primeiro é preciso fornecer informações básicas aos clientes, esclarecendo qual é a sua marca e quais são seus produtos. Depois, em um segundo momento, devem ser passadas informações claras e precisas sobre financiamentos e formas de pagamento, sempre de forma transparente”, esclarece.
Os palestrantes ressaltaram ainda, a necessidade de buscar inovação no relacionamento com os consumidores. “O modelo que utiliza apenas o site da empresa para divulgação não serve mais, os consumidores já estão em uma fase mais avançada. É preciso propor ações diferentes e que atendam à demanda de uma forma que tenha como ponto principal a conveniência e que mantenham o relacionamento”, recomenda Kendzerski.
Seguindo esta proposta, a Lopes Consultoria de Imóveis oferece ferramentas de busca de imóveis aliadas a aplicativos do Google, como um mapa que indica os imóveis disponíveis para compra e locação, além de manter uma equipe de corretores trabalhando exclusivamente online em São Paulo, com horários mais flexíveis. “O atendimento pela internet gera 12% das nossas vendas, por meio de contatos gerados pelo site. Nossa página tem o papel de informar os consumidores com a maior precisão e de oferecer atendimento a qualquer hora”, explica Roberto Nascimento, diretor de Marketing e TI da empresa.
Fonte: Jornal do Comércio