[Por Rafael Matos]
Antes de comprar um imóvel, o paulistano pesquisa, em média, seis meses. Vai a lançamentos, visita diversos empreendimentos, faz contas… mas não se muda para longe de onde está instalado. Em média, distancia-se 3,2 quilômetros da antiga residência. Consumidores de apartamentos do chamado perfil econômico (até 250 000 reais) se afastam 3,8 quilômetros. Os de imóveis de padrão mais elevado (acima de 500 000 reais), 2,5 quilômetros. Saber disso norteia muitas das táticas de incorporadoras e imobiliárias.
Não à toa, elas costumam investir bastante em pesquisa. Maior imobiliária do país, segundo ranking da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), a Lopes tem um departamento especializado em esquadrinhar o que procuram aqueles que estão atrás de um imóvel novo, seja para morar, seja para investir. Veja São Paulo teve acesso aos dados de levantamentos realizados com mais de 1.300 pessoas nos primeiros oito meses deste ano.
Cristiane Crisci
“Nossos corretores batem de porta em porta para convidar os vizinhos a conhecer um lançamento”, conta Cristiane Crisci, gerente executiva de inteligência de mercado da Lopes. “Do entorno costumam sair 70% das vendas.”
Esse apego às raízes não é fruto apenas de bairrismo. Morar perto do trabalho e de parentes significa perder menos tempo em congestionamentos — os moradores da Grande São Paulo ficam, em média, duas horas e 42 minutos parados no trânsito todos os dias. “Atualmente, qualidade de vida é fazer tudo perto de casa”, diz a gerente de treinamento de vendas Taísa dos Santos. Ela vive em um apartamento alugado no Morumbi, mas comprou outro no Brooklin, onde fica a sede da companhia farmacêutica em que trabalha. “Vou poder passar na casa dos meus pais no fim do expediente e levar meu cachorro para passear na hípica.”
Um elemento novo nesse mercado aquecido são os edifícios temáticos. A marca MaxHaus apostam em tecnologia. Se o cliente quiser, poderá dispensar as paredes entre os cômodos. E as unidades são entregues com sistema de automação que permite ligar o forno de microondas ou a banheira pelo iPhone, quando o morador está a caminho de casa.
Apartamento decorado MaxHaus
“Antigamente, todos os apartamentos eram construídos para pai, mãe e dois filhos”, lembra Andreas Auerbach, diretor comercial da MaxCasa, incorporadora dos MaxHaus. “Solteiros ou casais sem filhos tinham de se adaptar.” Hoje, não é preciso ter uma família típica de comercial de margarina para encontrar um lugar que parece ter sido feito sob medida para você.
Com informações da Veja São Paulo.