Venda de apartamento na Paralela rendeu R$ 695 mil à corretora de imóveis
Investigada pela Polícia Civil por crime de estelionato, a corretora de imóveis Lindinalva Souza de Andrade, 49 anos, pode ter lucrado cerca R$ 695 mil por meio de um esquema fraudulento de venda de imóveis, em Salvador. As investigações dão conta de que a mulher negociava os mesmos apartamentos para compradores diferentes e emitia documentos falsos.
A polícia chegou até a corretora de imóveis por meio de uma denúncia anônima. Ela foi localizada dentro de uma agência bancária, na região da Avenida ACM, nesta terça-feira (23), e conduzida até a 10ª Delegacia (Pau da Lima), onde já havia registros de ocorrências contra ela. Ao ser interrogada, a mulher confessou o crime sob a justificativa de fazia as negociações com falsos documentos para “ajudar um casal de amigos”. Ela foi ouvida e liberada.
Responsável pelas investigações, o delegado Antônio Fernando Soares indiciou a corretora de imóveis por estelionato e solicitou sua prisão preventiva à Justiça. De acordo com a Polícia Civil, em um caso mais recente, Lindinalva vendeu um apartamento localizado na Paralela para duas pessoas, que transferiram para a conta da corretora R$ 335 mil, cada.
Segundo a pasta, Lindinalva também é investigada por um outro inquérito, aberto no início de junho, quando outras vítimas do golpe prestaram queixa contra ela. Uma dos casos sob investigação é a venda de um imóvel no valor de R$ 360 mil, quando a corretora teria, ainda, emitido um documento de transferência falsa do antigo proprietário.
“Com relação à acusação de documento falso, ela alegou que pagou R$ 1,5 mil a um despachante, para a aquisição da escritura”, explicou o delegado.
Um exame pericial grafotécnico, que analisa a grafia das assinaturas e outros tipos de escrita manual, identificadas nos documentos emitidos pela corretora, também será solicitado.
Creci
Em contato com o CORREIO, o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-Ba), Samuel Arthur Prado, disse que o órgão recebeu denúncias de vítimas de Lindinalva.
“A mais recente foi a semana passada, quando convidamos ela para uma reunião de conciliação, mas ela não compareceu. São três processos abertos contra ela, ainda em análise, e, por ora, ela está suspensa”, disse o presidente do Creci, acrescentando que ainda cabe recurso.
“São cerca de 3 mil processos de casos assim investigados internamente. Nossa maior preocupação é combater esse tipo de crime, porque não queremos que transpareça que isso é comum à profissão”, concluiu.
Fonte: Correio 24 horas