Consumidores lesados por propaganda de construtoras disparam críticas na internet

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À medida que ocorre o crescimento imobiliário na Grande Vitória, crescem também as inúmeras reclamações às construtoras. Na internet, são postadas várias queixas de proprietários de imóveis no Estado, que se decepcionaram com o aporte final dos empreendimentos. A demora na entrega das construções também é constante alvo de críticas dos consumidores, que se sentem lesados e resolvem reclamar seus direitos.

Os casos mais recentes foram as práticas ilegais nas vendas de imóveis, registrados no Procon Estadual, ocasionando em multas às construtoras Rossi, MRV e Goldfarb, em R$ 600 mil. Cobrança da taxa de corretagem, aplicação de juros compensatórios no saldo devedor, cobrança da taxa de laudêmio e publicidade enganosa foram os casos registrados.

A Rossi Residencial, que somente em 2011 registrou 91 casos, foi multada devido a reclamações relacionadas ao Victoria Bay, localizado na Enseada do Suá, em Vitória, e ao Arboretto Praças Residenciais, localizado no Bairro de Fátima, na Serra. A MRV Engenharia, que em 2011 recebeu 142 reclamações, foi multada devido ao Spazio Vintage, em Jardim Camburi, Vitória.

Para a Big Field, antiga Goldfarb, que recebeu 68 denúncias no ano passado, a reclamação que gerou a multa foi em relação ao Mochuara Residencial Clube, em Dom Bosco, Cariacica. Todas as três construtoras declararam na imprensa que estão se defendendo na Justiça. A Rossi, porém, é a que mais recebe reclamações e críticas na internet com mais assiduidade.

Ranking

Os consumidores também registram com frequência suas reclamações na Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), sobretudo em relação a atrasos na entrega do empreendimento, além das cobranças indevidas. A ABMH oferece uma equipe de advogados de forma gratuita para atender os usuários.

No período de julho de 2010 a julho de 2011, a entidade divulgou o ranking das construtoras mais reclamadas no Espírito Santo. A campeã foi a MRV. Em seguida, PDG/Goldfarb, Morar e Rossi. Na sequência,Tibério, Littig, Pádua, D’angelo Incopar, Lorenge e Living. 

Construtora ‘Roça’

Em 2010, o Procon registrou 257 atendimentos relacionados a construtoras. No ano passado, os registros subiram para 377 casos. O desrespeito ao Código de Defesa do Consumidor (CDC) é flagrante, principalmente no que diz respeito à propaganda enganosa. A Rossi, por exemplo, foi acusada de prometer ao consumidor que, ao pagar três parcelas de R$ 10 mil, ele moraria no imóvel.

Uma consumidora, que assina com o nome de Samantha Ferrari, publicou sua reclamação na internet, sobre a demora de 13 meses do empreendimento Celebrity, da Rossi, em Vitória. Ao procurar a ABMH, ela foi informada que havia uma série de irregularidades no contrato, cobrança de juros antes da entrega das chaves, cobrança de corretagem do comprador, não restituição de 100% em caso de rescisão, dentre outras questões.

A proprietária do imóvel publicou que exigiria tudo que teria direito, indenização por danos materiais morais, restituição de aluguel e juros cobrados indevidamente. As críticas disparam contra a construtora, acusada de ser encoberta pelos meios convencionais de comunicação do Estado.

Somente para o Arboretto, foi criado um grupo fechado de proprietários especialmente para trocar ideias por e-mail sobre o condomínio, entrega de chaves e ações judiciais.

Cristina Moura

Fonte: Seculo Diario

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