O mercado imobiliário do Ceará, após um “boom” nas vendas de imóveis novos nos últimos anos, converge agora para a expansão na procura por usados. Nos próximos três anos, a demanda por casas e apartamentos seminovos deverá crescer surpreendentemente, dando ainda mais força ao segmento no Estado. Isso se deve à expressiva valorização das variáveis que envolvem a compra de um bem na planta.
“O imóvel novo subiu de preço, porque os terrenos valorizaram, os insumos tiveram alta nos valores, e a mão-de-obra também. O salário de um pedreiro custa atualmente R$ 1.300, por exemplo. Com isso, o imóvel usado está começando a crescer, porque o novo está chegando em situação de saturação”, explica o presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Locação do Ceará (Secovi-CE), Sérgio Porto.
Além disso, expandiu-se também o acesso aos financiamentos de imóveis seminovos, o que não ocorria com facilidade há poucos anos, burocracia que espantava potenciais compradores. Tal fato era apontado como um dos maiores entraves ao setor. “A burocracia para o crédito e a cultura de financiamento que não se instalou no Ceará dificultam. No Brasil todo, somente 25% dos financiamento realizados são para a compra de imóveis usados. 75% são voltados para adquirir lançamentos. Ainda está baixo”, argumenta o diretor comercial da Luciano Cavalcante Imóveis, Luciano Cavalcante Neto.
Qualidade
Com a desburocratização crescente, para Cavalcante, a tendência é que a venda de imóveis, tanto novos quanto usados, mostre um aquecimento ainda maior nos próximos anos. A força dos seminovos será mais expressiva em três anos, já que esse tipo de imóvel vem apresentando preços bem mais atrativos. “Ainda é vantagem adquirir um imóvel usado. De dez anos pra cá, a qualidade do acabamento melhorou muito”, recomenda o diretor comercial da imobiliária.
Em alta
A Luciano Cavalcante Imóveis comemora as boas vendas registradas em 2010. Os negócios fechados somente na Capital, no ano passado, foram superiores em 45% aos assinalados em 2009. Conforme Luciano Cavalcante Neto, a expansão decorreu por conta de uma demanda reprimida ainda existente desde 2009, quando os orçamentos imobiliários foram segurados por conta da crise econômica mundial de 2008.
Para 2011, a imobiliária prepara o lançamento do “Green Building”, o primeiro prédio verde comercial do Norte-Nordeste. Apenas no pré-lançamento, em dezembro, foram vendidos mais de 40% das unidades. Outra novidade é um edifício, na região do Cocó, direcionado à classe média.
DIEGO BORGES
REPÓRTER
Fonte: Diario do Nordeste