Bancos passam por um momento de falta de recursos disponíveis na poupança e têm restringido empréstimos para a casa própria
O governo federal avalia a possibilidade de usar recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para aumentar a oferta de crédito imobiliário. Atualmente, o fundo pode ser usado para financiar a compra de imóveis em até 190.000 reais nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. O governo, agora, estuda ampliar o teto para 300.000 reais.
O objetivo é ampliar o volume de recursos disponíveis para o financiamento imobiliário, uma vez que o dinheiro depositado nas cadernetas de poupança vem diminuindo desde o fim do ano passado. A caderneta é uma das principais fontes de financiamento para a casa própria. De janeiro até abril, a poupança perdeu, em termos líquidos, 29 bilhões de reais.
Diante desse cenário, os bancos têm restringido o crédito para conceder novos empréstimos. Um dos principais financiadores da casa própria, a Caixa Econômica Federal, já orientou a sua rede de agências a suspender novos pedidos de empréstimos para habitação.
Outra possibilidade avaliada pelo governo – e já descartada – era de autorizar a aplicação de recursos retidos no Banco Central, os chamados depósitos compulsórios, no sistema financeiro para ampliar as linhas de crédito para financiamento imobiliário. A medida havia sido proposta pelas instituições bancárias e construtoras ao governo em meio à crise no setor de construção civil. A alternativa, contudo, foi rejeitada sob a justificativa de que não fazia sentido o Planalto afrouxar o crédito no momento em que o BC intensifica o aperto monetário, segundo reportagem do jornal Valor Econômico publicada nesta terça-feira.
Os bancos reclamam que a falta de recursos para financiamento imobiliário pode causar a queda dos preços e da demanda por imóveis, o que, segundo eles, poderia prejudicar a saúde econômica das agências bancárias. O governo, no entanto, avalia que os bancos têm capital suficiente para enfrentar essa situação de escassez de crédito.
Fonte: Veja