Por conta das grandes variações da economia no Brasil e das alterações nas regras de financiamento nos últimos anos, o perfil de pessoas que compravam imóveis mudou drasticamente.
Além disso, por conta do agressivo marketing das imobiliárias e construtoras em torno de seus novos lançamentos, a população das classes C e D acreditou que era possível comprar um imóvel novo com 10% do valor, e que bastava procurar um financiamento para quitar o resto, mas atualmente essas pessoas estão com grandes dificuldades de pagar a dívida.
Especialistas do mercado apontam que os juros aumentam e existe o risco de perda desse imóvel. “Antes o perfil que hoje chamamos de C, era B. Hoje ele voltou a ser C e D”, avalia. Para isso, é preciso que os corretores de imóveis fiquem atentos ao perfil do potencial comprador para evitar vendas que no futuro trarão problemas.
O perfil do comprador:
Hoje não há mais preferência por bairros, e sim pelas características do imóvel. “O produto mudou. Eles não querem um condomínio de duas torres, por exemplo, querem de apenas uma torre, por ter menos gente”, explica. Essas pessoas pagam a vista ou financiam uma pequena parcela do imóvel, pois preferem descontos e querem se livrar da dívida o quanto antes.
As pessoas dentro da classe B estão comprando menos e alugando mais e os imóveis mais procurados por eles são apartamentos de dois quartos próximo ao metrô. Não há uma região de preferência, os bairros são os mais variados. Para esta camada da população falta linha de crédito, pois há mais dificuldade de comprovar renda, já que muitos profissionais trabalham informalmente. “Essas pessoas procuram imóveis na faixa de R$ 800 mil e quase sempre tem 50% do valor total”.
Já a classe C vai atrás de programas do governo como “Minha Casa Minha Vida” e tem um valor muito baixo para a entrada, cerca de 10% e se tornam inadimplentes pela dificuldade de pagar as parcelas.
Estoques:
Nos últimos oito anos as construtoras investiram em lançamentos para atrair novos compradores com pouco ou quase nenhum dinheiro para a entrada. Muitos desses imóveis foram devolvidos e esse “encalhe” está sendo colocado à venda em feirões. “O cliente consegue até 40% de desconto em um imóvel”, diz Cecília. Preços mais altos e mais baixos no país O índice FipeZap registrou crescimento de 0,64%, o menor valor já registrado pela série histórica. O valor médio anunciado do m² das 20 cidades em dezembro foi de R$ 7.609. Rio de Janeiro se mantém como a cidade com o m² mais caro do país (R$ 10.390), seguida por São Paulo (R$ 8.616). Já os dois municípios com menor preço por m² foram: Contagem (R$ 3.551) e Goiânia (R$ 4.224).
Fonte: ZAP Pro