Intenção de compra de imóveis atinge recorde em 2025, mas esbarra na demora para aprovar crédito imobiliário

0
Intenção de compra de imóveis atinge recorde em 2025, mas esbarra na demora para aprovar crédito imobiliário

O mercado imobiliário brasileiro vive um momento de grande expectativa em 2025. De acordo com levantamentos recentes, a intenção de compra de imóveis atingiu o maior patamar já registrado desde o início das pesquisas em 2020. Quase metade da população consultada (49%) declarou que pretende adquirir um imóvel nos próximos dois anos.

Esse movimento é puxado principalmente pela geração Z, pelas famílias de alta renda e pelos moradores do Sudeste. Entre os tipos de imóveis mais desejados estão os apartamentos, seguidos de perto pelas casas em rua, especialmente no interior do país. Já entre consumidores com renda superior a R$ 20 mil, a preferência se concentra em apartamentos e residências em condomínios fechados, além de loteamentos exclusivos.

O que motiva essa Intenção de compra de imóveis?

Os principais fatores apontados para a compra de um imóvel em 2025 são:

  • Mudanças na vida pessoal (como casamento, saída do aluguel ou aquisição do primeiro imóvel), citadas por 45% dos entrevistados.
  • Troca por um imóvel maior e melhor, apontada por 34%.
  • Investimento, indicado por 15%, principalmente entre famílias de alta renda.

O aumento da renda média, a queda no desemprego e um ambiente econômico mais estável são elementos que têm impulsionado essa confiança. Para quem busca investir, o setor imobiliário continua se mostrando atrativo: em 2024, a rentabilidade média em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte chegou a 19,1%, somando valorização e aluguel.

A barreira do crédito imobiliário

Apesar do otimismo, muitos interessados esbarram em um problema recorrente: a demora na aprovação do crédito imobiliário. O Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) fechou 2024 com uma saída de mais de R$ 21 bilhões, reduzindo os recursos disponíveis para novos financiamentos. Isso levou a atrasos frequentes na liberação de valores pela Caixa Econômica Federal, maior financiadora habitacional do país, além de ajustes nas cotas de crédito.

O resultado foi a busca por alternativas mais caras em bancos privados ou diretamente com construtoras. Em alguns casos, famílias precisaram aumentar o valor de entrada ou recorrer a financiamentos com juros mais altos para não perder a oportunidade de adquirir o imóvel desejado.

Banner com informações sobre resgate de presentes e publicidade imobiliária

A classe média no centro do desafio

Se de um lado as famílias com renda até R$ 5 mil contam com programas habitacionais, como o Minha Casa Minha Vida, e as de renda superior a R$ 20 mil conseguem absorver os custos mais elevados, o grupo que ganha entre R$ 5 mil e R$ 20 mil continua enfrentando o maior desafio.

Essa faixa, considerada classe média, encontra dificuldade em encaixar as parcelas no orçamento, principalmente diante da taxa Selic elevada. Uma alternativa que surgiu foi a faixa 4 do Minha Casa Minha Vida, criada para famílias com renda de até R$ 12 mil e imóveis de até R$ 500 mil. Contudo, a oferta de projetos dentro desse escopo ainda é limitada e deve levar alguns anos para ganhar maior representatividade no mercado.

O tamanho do imóvel importa

Outro ponto em destaque é a metragem das unidades. Imóveis novos, principalmente em grandes capitais como São Paulo, costumam ser menores que os usados. Isso tem levado parte dos compradores a optar por unidades mais antigas, que oferecem mais espaço por um valor próximo.

Perspectivas para o mercado imobiliário em 2025

Mesmo diante das dificuldades de crédito, o cenário segue promissor para o setor imobiliário. O volume de lançamentos para o médio e alto padrão aumentou mais de 40% em 2024, e a expectativa é de que essa tendência se mantenha. Bancos e construtoras também buscam alternativas para ampliar o financiamento imobiliário, como o uso de novas modalidades de crédito atreladas ao CDI e maior participação de recursos livres.

Dicas para o corretor de imóveis aproveitar esse cenário

A alta intenção de compra, somada às dificuldades na aprovação do crédito imobiliário, abre espaço para que o corretor de imóveis atue como um verdadeiro consultor de confiança para seus clientes. Algumas estratégias importantes são:

  1. Educar o cliente sobre o crédito imobiliário – explique como funciona o processo de aprovação, os prazos e as alternativas disponíveis em diferentes bancos e construtoras.
  2. Antecipar possíveis entraves – oriente o comprador a organizar documentos com antecedência e avaliar a saúde financeira antes de buscar o financiamento.
  3. Apresentar opções de entrada maior – muitas vezes, aumentar o valor da entrada pode facilitar a aprovação do crédito e reduzir os juros.
  4. Oferecer alternativas de imóveis usados – diante da escassez de lançamentos em algumas faixas de preço, imóveis de segunda mão podem ser boas oportunidades.
  5. Valorizar programas habitacionais – conheça a fundo o Minha Casa Minha Vida, especialmente a nova faixa 4, e mostre ao cliente como ele pode se enquadrar.
  6. Trabalhar como consultor de investimentos – com parte dos compradores de alta renda pensando em imóveis como forma de rentabilidade, o corretor pode oferecer informações sobre valorização e potencial de aluguel.
  7. Quer receber as principais dicas e notícias do mercado imobiliário? Participe do nosso grupo do WhatsApp: https://chat.whatsapp.com/JivMCmhGyyRJURwYI6corL

Em um mercado cheio de oportunidades, mas também de desafios, o corretor de imóveis preparado consegue transformar a intenção de compra em contrato assinado.

Em resumo, 2025 deve consolidar a forte intenção de compra de imóveis, mas o grande desafio está na velocidade e disponibilidade da liberação de crédito imobiliário. Se houver avanço na oferta de financiamento, a expectativa é que boa parte da demanda represada finalmente chegue ao mercado, fortalecendo ainda mais o mercado imobiliário.

Deixe seu comentário