Em 2023 o financiamento imobiliário pelo FGTS foi impulsionado em 59% puxado pelo programa Minha Casa, Minha Vida.
O financiamento imobiliário desempenha um papel crucial na realização do sonho da casa própria, desdobrando-se como um instrumento que viabiliza o acesso ao mercado imobiliário. Este mecanismo se mostra especialmente significativo em programas governamentais como o Minha Casa, Minha Vida, que, ao oferecer condições facilitadas de financiamento, amplia as possibilidades para famílias de diversas faixas de renda.
A retomada do programa Minha Casa, Minha Vida em 2023, impulsionado pelo governo, gerou impactos notáveis no cenário imobiliário brasileiro. Informações divulgadas pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) revelaram que os financiamentos imobiliários, fundamentados no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), principal fonte do programa habitacional, apresentaram um crescimento significativo de 59% no ano de 2023, alcançando um patamar recorde.
No exercício anterior, os empréstimos para aquisição de imóveis por meio do FGTS atingiram a notável cifra de R$ 98 bilhões, representando o maior montante desde o início da série histórica em 2006. Este aumento substancial, em comparação com os R$ 62 bilhões registrados em 2022, desempenhou um papel crucial na sustentação do mercado imobiliário, notadamente diante da contração nos financiamentos provenientes da poupança.
Os financiamentos disponibilizados pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) experimentaram uma queda de 15% em 2023, totalizando R$ 153 bilhões. Esses recursos foram direcionados para a aquisição de 500 mil casas e apartamentos, enquanto os financiamentos do FGTS contemplaram outras 494 mil unidades habitacionais.
Com essas estatísticas, o mercado total de crédito imobiliário atingiu a marca de R$ 251 bilhões em 2023, indicando um incremento de 4% em relação a 2022 (R$ 241 bilhões). Essa movimentação financeira impulsionou a comercialização de quase 1 milhão de unidades (994 mil), posicionando o ano como o segundo melhor em valores desde 2006, ficando apenas atrás de 2021, quando a taxa Selic ainda estava próxima de 2%, resultando em um montante de R$ 255 bilhões em crédito imobiliário no país.
A redução nos empréstimos pelo SBPE ocorreu em um contexto em que a poupança registrou resgates líquidos, fenômeno comum em anos de elevada taxa Selic. Sandro Gamba, presidente da Abecip e diretor de Negócios Imobiliários do banco Santander, esclarece que esse movimento pode ser revertido com a diminuição da Selic, como já observado em 2023.
Com o orçamento do novo governo ampliado para quase R$ 98 bilhões em julho, o FGTS destinou recursos substanciais, contribuindo para o crescimento do setor. As projeções para 2024 indicam que os valores destinados aos programas sociais ultrapassarão os R$ 100 bilhões.
O renovado Minha Casa, Minha Vida, além de oferecer financiamentos com taxas de juros mais acessíveis, contempla famílias com renda de até R$ 8.000 e permite a compra de imóveis de até R$ 350.000, ampliando as oportunidades de acesso à casa própria e impulsionando ainda mais o mercado imobiliário brasileiro.
Confira Aqui os principais cursos e eventos do Mercado Imobiliário