No estado de São Paulo existem 82 mil corretores de imóveis. Mas estima-se que sejam necessários 250 mil. A alta no mercado de construções abre oportunidades para outros profissionais. Em seis anos, o número de brasileiros registrados na construção civil quase dobrou.
O Jornal Nacional mostrou, nesta sexta-feira (5), como a expansão das obras no Brasil inteiro tem oferecido vagas à vontade para engenheiros – mesmo os mais jovens. Neste sábado (6), o repórter Fábio Turci prova que esse momento de alta no mercado de construções abriu oportunidades também para outros profissionais.
Um sessentão requisitado no mercado de trabalho. “Quando eu quis trabalhar, sempre tive as portas abertas”, conta o senhor.
Quando as portas se fecharam para Emerson nas gráficas, ele mudou de papel. “Antigamente eu recebia papel. Agora é bloco, areia, cimento. Então tem de tudo”, conta Emerson Hernandes, funcionário de obra.
A construção civil não dispensa ninguém. Precisa até trazer gente de outras áreas para administrar a falta de mão-de-obra. “Antes, nós abríamos uma vaga e apareciam dez candidatos. Era mais fácil para você selecionar esse candidato. Hoje, nós abrimos a vaga e quando aparecem dois candidatos é muito”, revela Marcelo Bigucci, diretor de construtora.
Em seis anos, o número de brasileiros registrados na construção civil quase dobrou: de pouco mais de 1,5 milhão pra quase três milhões.
“Quando tem a escassez da mão de obra, o volume de mão de obra que você contrata está menos qualificado, então é o grande gargalo do crescimento grandioso que está a construção civil”, explica Haruo Ishikawa, vice-presidente do Sinduscon.
E, se já faltava gente para construir, agora, falta também pra vender. No estado de São Paulo, por exemplo, existem 82 mil corretores de imóveis. Mas estima-se que sejam necessários 250 mil.
“As vendas poderiam ser em maior número se, nós tivéssemos um maior numero de corretores de imóveis. Há muitos imóveis a venda, muitas transações e o que tem no mercado não dá conta”, afirma José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP.
Uma imobiliária de São Paulo tem 150 vagas. “A gente está buscando pessoas novas, apresentando dentro das universidades o que é o mercado imobiliário, como funciona, o potencial de ganho e tem dado um resultado muito bom”, diz Fernando sita, diretor de vendas.
O trabalho pode render belas comissões. Mas corretor não tem salário. Se não vender nada, não ganha nada.
Lillany Thames está terminando a faculdade de administração. Mas já decidiu que o diploma ela vai guardar. Entre a administração e a corretagem de imóveis, ela prefere a corretagem de imóveis.
Gente do mercado imobiliário tem frequentado mais os shopping centers. Não pra comprar, mas pra levar quem está vendendo. Vendedores talentosos, bons de papo, são convidados a mudar de ramo.
Thiago trabalhou como vendedor por 13 anos – inclusive em shoppings. Virou corretor, foi promovido e, hoje, fica de olho em outros vendedores no mercado.
“Em shopping, loja de carro. Todo o tempo eu estou ligado esperando encontrar um bom vendedor para trabalhar comigo”, revela Thiago Ribordim, superintendente de imobiliária.
Fonte: G1