Crédito imobiliário: redução de juros pela Caixa não deve se estender a outras instituições

O anúncio da redução de taxas de juros para o crédito imobiliário  feito pela Caixa Econômica Federal na última quarta-feira (25) não deve provocar uma onda de competição no sistema financeiro como aconteceu com outras linhas de crédito, o que levaria à queda “geral”  das taxas de juros no financiamento imobiliário.

De acordo com a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade), o anúncio feito pela Caixa é “extremamente” importante para os consumidores, por possibilitar uma redução nos custos deste tipo de empréstimo, mas não deve se “espalhar” por outras instituições financeiras.

“Neste segmento de crédito, as taxas de juros já se encontram em patamares baixos com os respectivos spreads (diferença entre taxa de captação pelos bancos e a cobrada dos clientes) igualmente reduzidos”, disse o vice-presidente da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira.

De acordo com a Anefac, sem considerar os financiamentos com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que já utilizam taxas de juros baixas, as taxas de juros no crédito imobiliário estão entre 9% ao ano a 12% ao ano. “Considerando que o custo de captação dos bancos está em 9% ao ano (taxa atual da SELIC) a margem para baixar o patamar das taxas de juros hoje é extremamente estreita”, diz Oliveira.

Recursos da poupança

O executivo também lembra que as instituições financeiras são obrigadas a destinar 65% do que captam na poupança para o financiamento habitacional. “Considerando que hoje a remuneração da poupança é de cerca de 7% ao ano, o patamar dos juros cobrados atualmente pouco espaço possuem para serem reduzidos”, diz. “Naturalmente existem hoje operações no crédito imobiliário com juros que ainda permitem pequenas reduções, entretanto estas operações são exceções”, completa.

Mas, a médio prazo – com a redução da taxa básica de juros – a Anefac acredita que estas taxas de juros atuais possam vir a ser reduzidas por conta da redução dos custos dos bancos. “Nas taxas de juros atuais, as instituições financeiras têm que suportar o custo de captação (SELIC), custos administrativos, cunha fiscal (impostos e compulsórios), risco e seu lucro”, diz Oliveira.

Confira abaixo a simulação de financiamento no valor de R$ 400.000,00 pelo prazo de 120 meses (10 anos) pela Tabela Price:

Por: Diego Lazzaris Borges
Fonte: InfoMoney 

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