Como fugir do inventário no mercado imobiliário: alternativas para planejar a sucessão patrimonial

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Como fugir do inventário no mercado imobiliário: alternativas para planejar a sucessão patrimonial

Receber uma herança pode parecer um privilégio, mas, na prática, muitas vezes se transforma em um problema. O inventário, processo obrigatório para a transmissão de bens após o falecimento de alguém é conhecido por ser caro, burocrático e demorado, podendo levar anos para ser concluído. Além disso, exige pagamento de impostos, taxas cartorárias e honorários advocatícios, o que torna a experiência ainda mais desgastante para os herdeiros.

Mas afinal, é possível fugir do inventário no mercado imobiliário? A resposta é sim, desde que exista um planejamento sucessório em vida. Neste artigo, você vai entender como funciona o inventário, quais são as consequências de não realizá-lo e quais alternativas podem ajudar a evitar esse processo.

O que é inventário e por que ele é obrigatório?

O inventário é o procedimento legal que formaliza a transmissão de bens de uma pessoa falecida para seus herdeiros. Ele pode ser feito judicialmente (quando há menores de idade, incapazes ou conflitos entre herdeiros) ou em cartório (quando todos estão de acordo e não há impedimentos).No Brasil, o prazo para abertura do inventário é de até 60 dias após o falecimento. Se ele não for aberto dentro desse prazo, os herdeiros ficam sujeitos a multas sobre o ITCMD (Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação).

Além da multa, a falta de inventário pode gerar consequências como:

  • Impedimento da venda de imóveis herdados;
  • Bloqueio de contas bancárias e aplicações financeiras do falecido;
  • Maior burocracia se outro herdeiro também vier a falecer antes da conclusão do processo.

Por isso, mesmo sendo obrigatório, o inventário é visto como um verdadeiro obstáculo, o que leva muitas famílias a buscarem formas de evitá-lo.

Como fugir do inventário no mercado imobiliário

O segredo para evitar dores de cabeça é planejar a sucessão patrimonial em vida. Existem algumas alternativas previstas em lei que podem reduzir custos, acelerar a transferência de bens e, em muitos casos, eliminar a necessidade de inventário.

1. Doação em vida

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Uma das formas mais conhecidas é a doação de bens em vida. Nela, o proprietário transfere imóveis ou outros bens diretamente para os herdeiros, pagando o ITCMD e formalizando a escritura.

  • Vantagens: é rápida, evita futuro inventário e garante que os bens já estejam no nome dos herdeiros.
  • Desvantagens: o doador não pode se arrepender, e a lei obriga a reservar ao menos 50% do patrimônio aos herdeiros legítimos.

Para garantir segurança, é comum incluir a cláusula de usufruto vitalício, permitindo que o doador continue usando o imóvel até seu falecimento.

2. Testamento

O testamento é outra ferramenta importante. Ele permite que o proprietário decida como deseja que seus bens sejam divididos após sua morte.

  • Vantagens: possibilita personalizar a partilha e reduzir conflitos entre herdeiros.
  • Desvantagens: o inventário ainda será necessário para validar o testamento e realizar a partilha, mas o processo tende a ser mais rápido e menos conflituoso.

Existem dois tipos principais:

  • Testamento aberto: pode ser alterado a qualquer momento.
  • Testamento fechado: não pode ser modificado depois de pronto.

3. Holding familiar

A holding familiar tem ganhado destaque no Brasil como uma das soluções mais eficazes para evitar o inventário. Trata-se da criação de uma empresa para administrar os bens da família, sejam eles imóveis, empresas ou investimentos.

Vantagens:

  • Reduz impostos e custos cartorários;
  • Garante controle patrimonial em vida;
  • Evita disputas entre herdeiros;
  • Permite regras claras sobre sucessão.

Desvantagens:

  • Ainda é pouco conhecida no Brasil, o que pode gerar resistência;
  • Exige acompanhamento de advogados e contadores especializados.

Muitos especialistas chamam a holding familiar de blindagem patrimonial, já que ela organiza a sucessão de forma antecipada, dando segurança aos herdeiros e reduzindo consideravelmente os gastos.

Vale a pena fugir do inventário?

Cada caso deve ser analisado individualmente, levando em conta o tamanho do patrimônio, a quantidade de herdeiros e a vontade do titular dos bens.

Em resumo:

  • A doação em vida pode ser interessante para quem deseja simplificar o processo e já garantir a transferência imediata dos bens.
  • O testamento é ideal para quem quer evitar conflitos familiares, mas não elimina a necessidade do inventário.
  • A holding familiar é, hoje, a solução mais completa, pois une redução de custos, organização patrimonial e rapidez no processo sucessório.

O inventário é um processo inevitável para muitas famílias, mas não precisa ser um pesadelo. Com um bom planejamento sucessório, é possível reduzir custos, evitar burocracias e garantir uma transição patrimonial tranquila.

Seja por meio de doação, testamento ou holding familiar, o importante é agir em vida, antes que uma fatalidade aconteça. Assim, os herdeiros terão mais segurança, menos gastos e evitarão desgastes emocionais.

👉 Para tomar a melhor decisão, procure a orientação de um advogado especializado em direito sucessório e planejamento patrimonial. Esse cuidado pode representar a diferença entre uma herança tranquila e anos de dor de cabeça no mercado imobiliário.

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