O cenário de baixo crescimento econômico e desconfiança dos empresários em investir no momento de transição do Ministro da Fazenda não é a pior situação para quem quer comprar a casa própria. Pelo contrário, segundo especialistas do ramo imobiliário, o período de incertezas atual é propício para comprar imóveis .
“A Copa do Mundo tirou a atenção da população em comprar casas e as eleições também influenciaram na queda do mercado. Os empresários se assustaram porque não sabiam quem seria o novo presidente. Agora, com eleição definida, as coisas começaram a ficar normais. Não vou dizer que 2015 será de grandes negócios, mas prevejo melhoras. Será um ano de reajustes na economia para que em 2016 o mercado retome o crescimento”, afirmou o presidente do Creci-SP (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de São Paulo), José Augusto Viana Neto, que esteve ontem no evento Construindo o Grande ABC, realizado em Santo André, e promovido pela Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC).
Pela estagnação dos preços e o provável crescimento do setor, Viana indica que hoje é um bom momento para comprar a casa própria. “Sempre que encontrar o imóvel que te interessa e tenha um preço que cabe no orçamento, não pense duas vezes, feche negócio, porque se você deixar de comprar hoje, amanhã você poderá não ter mais condições. Essa história de abaixar preço não existe. Hoje é um bom momento para comprar. Quando essa trava da economia for liberada e as pessoas readquirirem a confiança de gastar, vai ter aumento expressivo no preço dos imóveis em curto período de tempo”, disse.
Para o diretor-geral da Zap Imóveis, Eduardo Gama Schaeffer, o ideal realmente é comprar um imóvel para morar e não para especular. “A compra especulativa, hoje, é muito perigosa. Os preços acomodaram, o cenário não é o mesmo de anos atrás, quando os imóveis valorizaram muito. Agora, se for comprar para morar, acho que vindo acompanhado de uma boa pesquisa, é um bom momento.”
O gerente regional do segmento construção civil da Caixa Econômica Federal, Rafael Arcanjo, também tem a mesma linha de pensamento. “Caso queira comprar um imóvel para especular e vender, o mercado indica que não é um momento de grande valorização. Adquirir para morar é o momento de cada um. Se a pessoa não tem medo de se endividar com as prestações e as taxas de juros estiverem baixas, acho que é o momento sim. Não se deve esperar para comprar”, declarou.
Prefeito diz que S.Caetano tem deficit habitacional de 1.000 pessoas
O prefeito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), afirmou ontem que a cidade não tem mais espaço para construir imóveis. Por isso, segundo ele, o município está com dificuldade de zerar o deficit habitacional de aproximadamente 1.000 pessoas.
“Temos a necessidade de acabar com esse deficit, mas não temos espaço. Estou fazendo estudo para achar um terreno para implantar o Minha Casa, Minha Vida na cidade. Mas o valor do espaço é outra dificuldade. Por isso, estamos viabilizando área da Prefeitura. Se for comprar o terreno, fica inviável pelo preço”, afirmou.
Gerente regional do segmento construção civil da Caixa Econômica Federal, que financia o programa habitacional, Rafael Arcanjo revelou o mesmo problema. “Com o terreno doado, nós conseguimos fazer as casas, mas o problema é o preço. As construtoras e incorporadoras buscam o valor de mercado, o que inviabiliza a construção”, disse.
Outra preocupação do prefeito é não verticalizar a cidade. “A marca de São Caetano é a qualidade de vida do morador. Então não queremos verticalizar muito, até por conta da mobilidade urbana, que ficaria sobrecarregada com mais pessoas.”
Por: Renato Gerbelli
Fonte: Diário do Grande ABC