Com a recente mudança nas regras de financiamento imobiliário da Caixa Econômica Federal, bancos privados já estão se movimentando para ajustar suas taxas de juros, complicando ainda mais o acesso ao credito imobiliário para a classe média. Quem possui renda familiar acima de R$ 8 mil e busca imóveis com valores a partir de R$ 350 mil deve se preparar para condições menos favoráveis em 2025.
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Ajustes do financiamento imobiliário nos Bancos Privados
Além das novas exigências da Caixa, que agora financia até 70% do valor do imóvel em algumas modalidades e exige maiores entradas, os principais bancos privados também estão elevando suas taxas de juros. Veja as condições oferecidas por algumas das maiores instituições financeiras do país:
Itaú Unibanco
O Itaú foi um dos primeiros bancos a reajustar suas taxas para financiamento imobiliário. Em outubro de 2024, os juros passaram a partir de 10,79% ao ano, com atualização do saldo devedor pela TR. No entanto, o Itaú permite financiar até 90% do valor do imóvel, o que oferece uma flexibilidade maior em relação à Caixa, mas com a contrapartida de juros mais altos.
O banco afirma que continua comprometido em oferecer condições competitivas, ajustando suas taxas conforme o perfil do cliente e seu relacionamento com o banco.
Bradesco
No Bradesco, as taxas de juros também já refletem o cenário de alta. Atualmente, a taxa mínima é de 10,49% ao ano + TR, com o banco permitindo o financiamento de até 80% do valor do imóvel. O Bradesco também é um dos maiores players do mercado, tendo financiado cerca de R$ 29 bilhões em crédito imobiliário até setembro de 2024, um crescimento de 59% em relação ao ano anterior.
O banco está “acompanhando o atual cenário de elevação de juros”, sem descartar novos aumentos para o próximo ano, especialmente se a taxa Selic continuar subindo.
Santander
O Santander também projeta aumento nas suas taxas para 2025. Atualmente, as condições para o financiamento imobiliário no banco incluem uma taxa de juros a partir de 10,99% ao ano + TR, com a possibilidade de financiar até 80% do valor do imóvel. O comprometimento de renda pode chegar a 35%, dependendo da análise de crédito de cada cliente.
As linhas de crédito para imóveis acima de R$ 1,5 milhão também estão disponíveis, com prazos de até 35 anos.
Banco do Brasil
O Banco do Brasil oferece uma das menores taxas de juros para operações de crédito imobiliário, partindo de 9% ao ano + TR em contratos com recursos do FGTS. Já nas operações financiadas com recursos da poupança, as taxas começam em 10,29% ao ano, variando conforme o relacionamento do cliente com o banco e o prazo do financiamento.
Tendência de Alta dos Juros
A alta na taxa Selic, atualmente em 10,75%, deve pressionar ainda mais os juros do crédito imobiliário. Com o Banco Central sinalizando uma possível elevação da Selic para 11,75% até o final de 2024, a expectativa é que as taxas de juros dos financiamentos continuem a subir, tornando o acesso ao crédito mais caro e impactando o orçamento das famílias brasileiras.
Segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), a elevação dos juros reduz o acesso ao crédito e afeta diretamente o mercado imobiliário, inibindo o consumo e o crescimento das empresas que dependem de financiamento.
Financiamento Imobiliário em Alta, Apesar dos Desafios
Apesar das adversidades, o mercado de crédito imobiliário continua a crescer. Entre janeiro e agosto de 2024, foram financiados 355,6 mil imóveis com recursos da poupança, um aumento de 5,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior. O volume financiado no período foi de R$ 170,4 bilhões, um crescimento de 6,8% em relação ao ano anterior, mostrando que o brasileiro continua buscando maneiras de adquirir sua casa própria.
Como se Preparar?
Com as condições de financiamento se tornando cada vez mais rígidas, é fundamental que os compradores planejem sua aquisição de maneira estratégica. Além de buscar taxas de juros fixas, é importante considerar alternativas como consórcios ou realizar simulações em diferentes bancos para encontrar a melhor opção. O relacionamento com a instituição financeira também pode influenciar nas condições do crédito.
Embora o cenário seja desafiador, com planejamento financeiro adequado, ainda é possível realizar o sonho da casa própria em 2025.
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