Mercado Imobiliário – Clientes exclusivos

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Uma nuvem de equívocos e mistificações envolve o conceito de “exclusividade” quando aplicado ao mercado de venda de imóveis. Recente levantamento realizado pela Rede Secovi de Imóveis com anunciantes de um portal imobiliário traz um índice espantoso: 82% dos entrevistados não vêem nenhuma vantagem em assinar contrato de exclusividade com uma imobiliária.

Destes, 48% atribuem a desvantagem ao fato de a oferta ficar em apenas uma intermediadora, e 47% acham que a carteira de potenciais clientes fica limitada. Os demais alegam que os corretores acabam não dando a atenção devida ao processo, e outros sequer souberam apontar o porquê de considerarem o regime de exclusividade improdutivo.

Com a exclusividade, é possível ao vendedor evitar o uso de inúmeras placas de “vende-se” ou “aluga-se” em seu imóvel. A experiência mostra que o excesso desse recurso passa a imagem de “desespero” por parte de quem quer vender o bem, o que prejudica a negociação. Outro fator que pode depreciar o imóvel é o verdadeiro leilão a que fica submetido um produto anunciado em diversas imobiliárias. Concentrado em apenas uma intermediadora, o cliente pode acompanhar com mais eficácia as ofertas recebidas e gerenciar as propostas com apenas um corretor.

Vale lembrar que as imobiliárias fazem pesados investimentos para comercializar os produtos em seus estoques. São anúncios em mídias, marketing, telefonemas, e-mails e visitas. Estamos numa sociedade de mercado. Neste cenário, é normal que as imobiliárias valorizem mais os imóveis cuja responsabilidade de comercialização esteja apenas sob seu domínio.

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Imagine que desolador deve ser para um corretor demandar investimentos para um produto, empenhar-se na venda e, no meio do caminho, outro profissional fechar o negócio. Todo seu esforço terá ido por água abaixo. Por isso que, sob a exclusividade, o corretor sente-se mais comprometido a fechar o negócio, pois está ciente de que o sucesso do trâmite depende exclusivamente dele.

Já em relação ao temor de a velocidade da venda ser menor, trata-se de mais um engano. Imobiliárias que trabalham em rede podem oferecer o serviço de exclusividade compartilhada. As redes imobiliárias são compostas por uma série de intermediadoras que trabalham em parceria. Elas dividem todo o estoque de imóveis e se ajudam na comercialização.

Exemplo: uma empresa pode ter um imóvel, mas não encontrar cliente com o perfil adequado para adquiri-lo. Uma outra imobiliária da rede pode visualizar o produto e ter, em sua carteira, um cliente para aquele imóvel. As empresas se conversam e fecham a parceria: uma entra com o produto, a outra com o comprador.

Um cliente que opta por deixar seu imóvel à venda em uma imobiliária participante de uma rede conta com o benefício de ter um time de vendas inteiro, de diversas outras intermediadoras, empenhado em encontrar potenciais compradores. A vantagem é que o cliente concentra todas as suas demandas em apenas um corretor, e este fica encarregado de gerenciar as propostas que chegam de toda a rede.

Isso já é realidade em países desenvolvidos, como nos Estados Unidos. Por lá, graças ao cadastro compartilhado de ofertas, os clientes têm a certeza da realização de um negócio equilibrado tanto para quem vende como para quem compra. Frente tudo isso, é de uma evidência cristalina que existem vantagens na filosofia da exclusividade.

Sim, os clientes ainda colecionam mal-entendidos sobre o assunto, e a gênese disso está na falta de clareza dos próprios corretores ao prestarem atendimento. Prova disso é que a maioria deles, quando em atendimento aos clientes, não lhes “vende” as vantagens de trabalhar sob esse regime.

O mesmo levantamento realizado pela Rede Secovi também perguntou aos entrevistados quantas imobiliárias lhes ofereceram e falaram sobre a opção de vender imóveis com exclusividade. Apenas 31% afirmaram terem sido sondados sobre essa hipótese, contra 69% que nunca nem mesmo foram informados sobre isso.

A exclusividade traz em si tudo o que o mercado e os clientes exigem: profissionalismo, ética, atendimento personalizado e transparência. É preciso deixar para trás o estigma que envolve esse sistema de trabalho.

Nelson Parisi Júnior

Presidente da Rede Secovi de Imóveis e membro da diretoria de Comercialização e Marketing do Secovi-SP (Sindicato da Habitação).

Fonte: Monitor Mercantil

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