Em 2014, as ações do setor imobiliário já mostram sinais de que os piores pregões ficaram mesmo para trás
Acabou o sofrimento?
Parece que sim – pelo menos, segundo o Santander. Depois que a recente alta da Selic e as especulações sobre uma possível bolha no Brasil derrubaram as ações de imobiliárias na Bovespa, chegou a hora de garimpar papéis que foram excessivamente punidos, aponta um recente relatório do banco.
“Embora diversos investidores estrangeiros ainda estejam céticos, o desempenho financeiro das empresas deve continuar a melhorar de forma gradual este ano, deixando pouco espaço para revisões para baixo nas estimativas”, explicam os analistas, Renan Manda e Fabiola Gama.
Em 2014, as ações do setor imobiliário já mostram sinais de que os piores pregões ficaram mesmo para trás. Em janeiro, o IMOB, índice que reflete o desempenho destas empresas na Bovespa, registra queda de 1,78%, enquanto o Ibovespa, principal referência da Bolsa, perdeu 5%. Veja a seguir as preferidas do Santander no setor.
Cyrela
A Cyrela deve continuar a mostrar uma melhora gradual nas suas margens e aumentar a geração de fluxo de caixa – o que vai depender do ritmo de aquisição de terrenos – possivelmente abrindo caminho para uma maior distribuição de dividendos, segundo a equipe do Santander.
O preço alvo estimado aos papéis para o final do ano é de 22 reais, um potencial de valorização de 49%. Nos últimos 12 meses, as ações da Cyrela registram queda de 12,5%.
Even
As ações ordinárias da Even registram queda de 4,5% em janeiro; nos últimos 12 meses, a desvalorização das ações é de 18%.
De acordo com o Santander, os papéis têm fôlego para avançar 63% até o final do ano, com um preço alvo de 12,40 reais. “O curto prazo da Even continua sólido, com aceleração no reconhecimento da receita no quarto trimestre, auxiliado por lançamentos robustos e volumes de vendas. A margem bruta deve melhorar ligeiramente devido a adesão mais forte ao orçamento de custos”, estimam Renan Manda e Fabiola Gama.
Eztec
Os analistas do Santander destacam também o “desempenho excepcional” da Eztec, que continua chamar a atenção dos investidores.
“Excluindo o Projeto EZTowers, os lançamentos provavelmente irão aumentar de forma marginal em 2014. A empresa parece confortável em sustentar as margens brutas próximas ou acima de 50% e apresentar um ROE (rentabilidade sobre patrimônio) de 30% nesse ano”, concluem os analistas. Nos últimos 12 meses, os papéis da Eztec avançaram 6,6%. O preço alvo estimado pelo Santander até o final do ano é de 37,30 reais, um potencial de valorização de 36%.
MRV
Após perder 14,5% na Bovespa nos últimos 12 meses, a MRV parece estar dentro do cronograma para colocar as operações de volta aos trilhos.
“Um aumento nos lançamentos deve sustentar as vendas contratadas, que devem superar a inflação. A margem bruta deve melhorar passando dos 26% de 2013E para os 28% no final de 2014”. O banco acredita que a geração positiva de fluxo de caixa deva continuar e atingir pelo menos os níveis de lucro líquido.
O preço alvo dos papéis é de 13,10 reais, um potencial de valorização de 56% até o final do ano.
Por: Marcelo Poli
Fonte: Exame