O Interior, o Litoral e as cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco, especialmente essas últimas, fizeram com que o mercado de imóveis usados retomasse fôlego e fechasse Outubro em alta. Comparado a Setembro, o crescimento foi de 18,66%, com as vendas de casas e apartamentos em 37 cidades pesquisadas mensalmente, incluída a Capital, pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECISP).
O grupo de cidades do Interior registrou crescimento de 8,05% de Setembro para Outubro, as do Litoral avançaram 7,85% e as da região metropolitana mais Guarulhos e Osasco aumentaram 150,86%. Na Capital, houve queda de 13,74%. “Não foi mágica, foi o financiamento”, resume José Augusto Viana Neto, ao explicar o grande salto de vendas nessas cidades vizinhas à Capital. “O financiamento bancário para compra da casa própria continua caro, restrito e inacessível à grande maioria da população, mas sem ele não teríamos essa expansão”, afirma.
Nas cidades do Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco, os imóveis financiados por bancos somaram 63,16% do total e as vendas à vista, 36,84%. Na Capital, deu-se o contrário: 65,63% à vista, 32,81% financiados e 1,56% em prestações pagas diretamente ao proprietário.
Segundo a pesquisa CreciSP, no Interior, a participação dos financiamentos em Outubro foi de 50% e a das vendas à vista, 40%. Houve ainda 10% de negócios feitos com pagamento parcelado pelos proprietários. No Litoral, 30,14% foram financiados, 56,16% vendidos à vista e 13,7%, com pagamento parcelado. No conjunto das quatro regiões que compõem a pesquisa, a participação dos financiamentos somou 45,05%, as vendas à vista representaram 48,24% enquanto que os proprietários bancaram o financiamento de 6,71%.
Assim como aconteceu com as vendas, a locação de casas e apartamentos também cresceu em Outubro. Segundo a pesquisa CreciSP feita com 949 imobiliárias cadastradas no Conselho, o número de imóveis alugados foi 5,31% maior que em Setembro. Foi o Litoral que puxou o crescimento, com 33,76%, seguido pelas cidades do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco com 17,47%, e pela Capital, com 4,5%. O Interior teve queda de 2,76%.
O crescimento se refletiu nos preços, que em média aumentaram 0,91% segundo o Índice Crecisp, que mede o comportamento dos preços dos aluguéis novos e dos imóveis usados negociados pelas imobiliárias pesquisadas mensalmente no Estado. No acumulado do ano, o índice está negativo em 4,45%.
Nos primeiros 10 meses deste ano, tanto o mercado de venda de imóveis usados quanto o de locação residencial acumulam saldo positivo, de 32,56% e 12,84%, respectivamente, segundo a pesquisa CreciSP.
Usados mais vendidos
Os imóveis usados mais vendidos no Estado em Outubro pelas 949 imobiliárias consultadas em 37 cidades foram os de preço final médio de R$ 300 mil, com 49,84% do total. A divisão dos preços por faixas de valores registra concentração de 52,72% naquela de até R$ 4.000,00 o metro quadrado, segundo a pesquisa CreciSP.
Essas casas e apartamentos foram vendidos com descontos médios de 7,62% sobre os preços originais de venda dos imóveis situados em bairros de áreas nobres das cidades, percentual que foi de 7,71% nos dos bairros centrais e de 7,63% nos bairros de periferia. Venderam-se em Outubro mais apartamentos (53,67% do total) do que casas (46,33% do total).
Preferência por casas
Os novos inquilinos preferiram, em Outubro, os apartamentos e não as casas, segundo os contratos formalizados nas 949 imobiliárias consultadas pelo Creci em 37 cidades do Estado de São Paulo. Dos imóveis alugados no mês, 52,44% do total eram casas e 47,56% eram apartamentos. Essas imobiliárias receberam as chaves de imóveis cujos inquilinos desistiram de continuar alugando-os, em número que representa 81,92% do total de novas locações.
Mais da metade dessas novas locações (57,02%) tem aluguel mensal de até R$ 1.000,00 e está localizada em bairros das áreas centrais das cidades, caso de 71,33% delas. As demais espalham-se entre bairros da periferia (21,1%) e de área nobres (7,56%).
Segundo o levantamento do Creci, os donos dos imóveis alugados em Outubro concederam aos novos inquilinos descontos médios sobre os preços iniciais dos aluguéis de 9,52% em bairros de áreas nobres, de 10,05% em bairros centrais e de 9,94% nos de periferia.
Inadimplência e fiança
A forma de garantia de pagamento do aluguel mais adotada nos novos contratos de Outubro foi o fiador pessoa física, abrangendo 49,42% do total. Foram também adotadas como garantia o depósito de três meses do aluguel (16,83%), o seguro de fiança (15,28%), a caução de imóveis (13,96%), a locação sem garantia (2,4%) e a cessão fiduciária (2.09%).
A pesquisa CreciSP foi realizada em 37 cidades do Estado de São Paulo. São elas: Americana, Araçatuba, Araraquara, Bauru, Campinas, Diadema, Guarulhos, Franca, Itu, Jundiaí, Marília, Osasco, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba, Taubaté, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião, Bertioga, São Vicente, Peruíbe, Praia Grande, Ubatuba, Guarujá, Mongaguá e Itanhaém.