Túlio Venturoti Cardoso, apontado por vítimas de pela Polícia Civil como responsável por um esquema de fraude em vendas de apartamentos, que resultou em um prejuízo de R$ 12 milhões, negou ter praticado o golpe em depoimento à polícia, na tarde dessa segunda-feira (04). Ele afirmou que foi usado pela proprietária da construtora que, após ter sido alvo de operações da Polícia Federal, estaria precisando de capital.
Aos investigadores, Túlio alegou que não era corretor de imóveis, mas que agia com as procurações fornecidas pela, então, patroa. O advogado que representa o investigado, Aldemir Pessoa, disse que o valor do prejuízo não chega ao montante somado pela Polícia Civil.
“Esse problema foi ocasionado não por ele, Túlio, que não é corretor de imóveis. Ele era braço direito da dona de uma construtora, ainda não indiciada no inquérito. Essa construtora fez determinadas coisas com o auxílio do Túlio. Ela fraudou procurações de algumas pessoas e passou as procurações para o Túlio poder assinar determinadas escrituras de comercialização de imóveis”, alegou.
Ainda de acordo com o advogado, Túlio não sabia que estava portando documentos falsos para efetivar as negociações e que ele irá expôr à Polícia tudo o que sabe em breve. “Ee negociava através das procurações entregues pela patroa. Mas ele não sabia que essas procurações eram falsas”, afirmou. “Ele vai efetivar uma ‘delação premiada’ sem precisar do recurso. Vai mostrar quem são os verdadeiros responsáveis pelo crime, para onde foi o dinheiro, quem foi o favorecido. Se ele for o participante é como coautor, mas não como ator efetivo. Ele foi usado tanto quanto as pessoas que adquiriram os imóveis”, apontou.
Golpe imobiliário
De acordo com denúncias, um homem teria negociado casas e apartamentos populares utilizando documentação falsa, chegando a vender as mesmas unidades a várias pessoas. Os múltiplus compradores só descobriram o golpe após se encontrarem coincidentemente nos imóveis.
Túlio Venturoti Cardoso, como apresentou-se o suposto golpista a um grupo de 23 pessoas, passou a ser investigado pela PC, através da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF). O delegado responsável pelo caso, Jaime Paula Pessoa Linhares, acredita que haja mais vítimas que sequer desconfiam que foram lesadas em ações.
* Com informações exclusivas do Diário do Nordeste.