Rede Secovi reuniu Google, ImovelWeb, MercadoLivre, Properati, Tiqueimóveis e VivaReal para discutir as formas de tornar mais efetiva a comercialização de imóveis via web
Centenas de profissionais do mercado imobiliário, em especial corretores de imóveis, participaram do debate Negócios na Web, evento que, neste ano, chegou à sua terceira edição. “A proposta é mostrar ao profissional da intermediação imobiliária como a internet pode ser aliada no dia a dia de seus negócios”, diz Nelson Parisi Júnior, presidente da Rede Secovi de Imóveis e idealizadora do evento.
Compuseram a mesa-redonda os portais Google, ImovelWeb, MercadoLivre Classificados, Properati, Tiqueimóveis e VivaReal.
Igor Lima, head of industry Real Estate do Google, explicou alguns dos critérios de ranqueamento de ofertas adotados pelo portal. “É um leilão, que funciona por clique. Cada clique é como se fosse um voto. Isso qualifica o anúncio”, disse. Para subir no ranking de aparição, segundo o executivo, é necessário que o anunciante tenha um site de qualidade, e seus anúncios sejam completos o suficiente para suprir a necessidade de informação do usuário.
A qualificação do anúncio – medida pela riqueza de informações, quantidade de fotos e o cadastro correto do imóvel – é o que norteia a política de ranqueamento da grande maioria dos portais. “Na briga diária por relevância, a gente prioriza quem busca. Se o usuário encontra o que ele está procurando, ele vai voltar ao nosso portal”, sublinhou Caio Ribeiro, diretor do MercadoLivre Classificados.
Sobre a colocação de endereços nos anúncios, questão polêmica entre imobiliárias, Mateo Cuadras, CEO do ImovelWeb, explicou que, para o portal, a informação da localização do imóvel é importante, pois qualifica mais a informação e, por conseguinte, a experiência do usuário na busca por um produto. “A gente, no entanto, não divulga o endereço”, adicionou, dizendo que o dado fica armazenado apenas no banco do portal. “Nós recebemos o endereço completo dos anúncios. Quem decide se vai aparecer ou não são os anunciantes”, completou William Machado, country manager do Tiqueimóveis.
Nelson Parisi Júnior lembrou que um dos grandes empecilhos à divulgação dos endereços dos imóveis é falta da cultura da exclusividade no mercado de intermediação. “Se nós trabalhássemos todos com exclusividade poderíamos trabalhar divulgando o endereço completo”, sustentou.
A forma como os portais lidam com os anúncios feitos diretamente pelos proprietários, o que, em tese, é uma concorrência direta com as imobiliárias, também foi focalizada. “Nós não aceitamos anúncios feitos por proprietários. Desde o início a gente segue as regras do mercado, que é a de que toda a comercialização de imóvel passe por um corretor que tenha Creci”, esclareceu Alexandre Ruiz, do SP Imóvel.
O advento do Big Data, que, em suma, significa a disponibilidade e uso exponenciais de informações sobre hábitos e perfis de usuários de internet, também foi ponto do debate. Lucas Vargas, vice-presidente comercial do VivaReal, disse que o portal trabalha para extrair informações tanto dos imóveis quanto dos usuários. “Lançamos no final do ano passado o relatório Dados do Mercado Imobiliário, onde há informações como oferta e demanda. Dá para saber, por exemplo, se em Moema os usuários estão buscando imóveis com dois quartos”, ilustrou.
Fonte: Secovi