Metade das obras do Minha Casa, Minha Vida tem falhas, diz auditoria

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Residencial Campus da Serra, do programa Minha Casa Minha Vida. Foto: Clauber Cleber Caetano/PR
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Uma auditoria da Controladoria-Geral da União encontrou falhas em mais da metade das obras avaliadas no Minha Casa, Minha Vida. O programa foi vitrine dos governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Setenta e sete empreendimentos do programa Minha Casa, Minha Vida foram visitados em 12 estados. Técnicos da Controladoria da República e do Ministério da Transparência avaliaram o nível de satisfação dos moradores em quase 1.500 unidades habitacionais. Em 33% dos casos, consideraram boas as residências, e 47% consideraram regular.

Mas o maior problema identificado foi com a qualidade da construção. Mais da metade das unidades avaliadas apresentaram defeitos estruturais. Itens graves: vazamentos, paredes fora do nível, pavimentação das áreas comuns, alagamentos, iluminação deficiente.

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O trabalho de campo foi feito em 2015 e, de lá para cá, pouca coisa mudou.

Os imóveis do Minha Casa, Minha Vida têm garantia de cinco anos na estrutura da construção. Mas em um conjunto em Salvador, os problemas começaram a aparecer bem antes, há dois anos e meio, na metade desse prazo. Em quase todos os apartamentos que ficam no último andar dos prédios têm infiltrações.

A pintura, em pouco tempo, também apresentou desgaste. Os moradores já procuraram a construtora. “A desculpa dela é que vai mandar um engenheiro para ver os problemas. Mas o tempo de espera é muito grande para eles parecerem aqui”, disse o síndico Márcio de Jesus.

Em Criciúma, no sul de Santa Catarina, o piso está soltando em pelo menos 30 apartamentos de um condomínio.

Em um conjunto residencial em Aparecida de Goiânia, rachaduras, manchas no piso e infiltrações por todo canto das casas.

“Foi nos vendido uma estrutura completa do bairro, que seria um bairro planejado dentro do programa Minha Casa, Minha Vida. Só que não foi entregue”, diz um morador.

A Caixa Econômica Federal diz que o número de falhas é pequeno diante do tamanho do programa.

“A Caixa aciona as construtoras para a regularização com prazo determinado. Caso elas não regularizem, nós incluímos no sistema que impede que elas continuem contratando coma Caixa. Ou seja, elas não operam mais com a Caixa”, afirma Nelson de Souza, vice-presidente de Habitação da Caixa.

A Controladoria-Geral da União diz que a fiscalização precisa ser mais rigorosa. “O universo de empreendimentos é muito grande e é capilarizado em todo o Brasil. A responsabilidade dos gestores é verificar se as construtoras, de fato, estão regularizando as falhas construtivas existentes”, afirma Daniel Caldeira, diretor de Auditoria de Infraestrutura da CGU.

O Ministério das Cidades declarou que há um esforço para aperfeiçoar o programa e que as empresas que não corrigem as falhas são proibidas de fazer novas obras.

Fonte: G1

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