Mercado imobiliário é porto seguro dos investimentos

A falta de incentivo para a produção, associada a taxas de juros elevadíssimas levaram o brasileiro a empenhar fortemente seu rendimento no mercado financeiro, deixando de lado investimentos mais tangíveis. Com os altos juros ficou confortável ‘estacionar’ o patrimônio em renda fixa e vê-lo crescer com pouco ou nenhum esforço.

A mudança na política de juros no Brasil, registrando sucessivos cortes na Taxa Selic aquecia o mercado imobiliário que ensaiava uma forte aceleração em 2020. Porém, a ocorrência da pandemia fizeram os planos perderem velocidade e o que surgiu foi uma grande sombra de dúvidas. A Bolsa de Valores, com a pandemia travando a economia mundial, entrou num maremoto.

Em dois meses, o índice Bovespa registrou uma queda de 39% com ‘circuit breakers’ sequenciais, quando todas as transações são interrompidas para tentar evitar o pior. O nível de incerteza foi tanto, que provocou o que os especialistas chamam de espiral de baixa, apavorando até os mais experientes. Rendimentos extremamente conservadores também foram nessa onda e o horizonte está transformado.

Passada a tempestade, o cenário parece mais calmo, mas ainda de incertezas, momento fundamental para uma pausa para avaliar melhor a paisagem financeira. Olhando para traz e ligando os pontos dos investimentos da última década, fica evidente que o pequeno investidor que priorizou aportar seu dinheiro em imóveis saiu ganhando. Só na conta dos últimos doze meses, enquanto com o impacto da pandemia fazia a Bovespa tremer, o valor real dos imóveis, teve um crescimento de 13%, dado consolidado por pesquisa feita pelo Senai em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção -CBIC.

A lição para o momento é que a instabilidade acabou por reaproximar os brasileiros deste mercado que sempre esteve entre os queridinhos, mas que apresentava dificuldades de competitividade com a realidade dos últimos anos. A reação se mostra rápida, tanto que o primeiro trimestre deste ano, o mercado imobiliário registrou alta de vendas: 26,7% em relação ao primeiro trimestre de 2019, apontada pela mesma pesquisa Senai/CBIC.

Mais famílias estão buscando assegurar seu patrimônio com um imóvel. A expectativa é que cresça ainda mais, imóveis compactos que apresentam com alta rentabilidade em aluguéis e também uma redução no custo de vida com ambientes mais compartilhados crescem na preferência de procura e devem fazer a alegria com ótimas oportunidades para os investidores ainda este ano. A travessia é desafiadora, mas já sopram ventos mais tranquilos no ambiente.

Por: Phaena Spengler é CEO na SBS Empreendimentos

Fonte: Campo Grande News

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