O crescimento no mercado imobiliário em Pernambuco vem puxando o setor de móveis planejados no Recife. Lojas novas estão sendo abertas em bairros da capital, Região Metropolitana e também em Caruaru. As tradicionais também estão se expandindo. Entre as razões para essa alavancagem, estão o crescimento da renda das famílias e o desejo de aproveitar melhor o espaço disponível.
“A tendência do mercado hoje é aumentar. A meta de 2012 é de 50%”, garante o projetista da Officina Design Recife, Luiz Roberto Leitão Junior. A empresa tem seis lojas distribuídas na capital e executa simultaneamente vários projetos, muitos encomendados quando os prédios ainda estão na planta. O público é formado metade por mulheres e jovens recém-casados, equipando o primeiro apartamento, e metade pelos que estão se mudando para lugares maiores. Em média, 70% corresponde à classe B e 30% à classe C.
Luiz Roberto explica que o risco de comprar a mobília sem ajuda profissional é as peças não se adequarem ao ambiente. Além disso, arquitetos podem prever no desenho o tamanho, as cores e o material, adaptando os espaços ao gosto do cliente. No caso dos apartamentos pequenos, com cerca de 50 metros quadrados, o desafio é ainda maior. “Precisa haver espaços de circulação”, ressalta.
Sócia da Marcato e da Mew, Denise Gouveia experimentou no início deste ano um crescimento de 20% em relação a 2011. “Antes mesmo do carnaval, já houve muita procura. Esse período era meio morto para o setor e foi surpreendente”, diz. Se o ano prosseguir nesse ritmo, Denise chega ao seu sonho: “Espero crescer 30%, estou otimista”. O material provém de indústrias em São Paulo e Rio Grande do Sul, estados com tradição no tratamento de madeira e produção de acessórios para o ramo.
Para Dilamar Dall′Agnol, diretor da Notabile, revendedora dos móveis Dell Anno no Recife, as empresas que instalam os modulados estão à frente dos marceneiros, que antigamente eram contratados de forma direta. “Também tem a vantagem de dividir no cartão e financiamentos são cada vez mais comuns.”
As lojas têm mais estrutura física para receber os visitantes e espaço para expor as novidades. “O cliente vê tudo montado na loja e se atrai.” Ter um profissional acompanhando o projeto é importante para harmonizar os móveis com os outros elementos do ambiente, como o piso e a iluminação, além de coordená-los entre si, seguindo um único estilo.
Aos que pensam que os modulados são muito caros, Dall`Agnol afirma que os custos, em geral, são planejados antes da execução do projeto, podendo haver trocas de materiais e de acessórios para cortar despesas. Dobradiças, por exemplo, existem de diversos modelos, desde os mais simples a estruturas mecânicas automatizadas. “Aí vai de acordo com o desejo do cliente. Se ele quer algo mais arrojado, pode priorizar isso. Se não, escolhe uma mais barata”, explicou o empresário.
A ampla concorrência traz novos desafios ao setor. “Não dá mais para dizer que meu produto é o melhor, eles estão cada vez mais parecidos. O diferencial tem que estar na qualidade do serviço”, explicou Dilamar. Desde a montagem à entrega dentro do prazo, passando por uma assistência técnica em caso de defeitos, a empresa precisa estar presente junto ao cliente, fazendo seu melhor e medindo a satisfação.
Além disso, é preciso estar sempre atualizado. Em Milão, na Itália, existe uma feira internacional que dita tendências do ramo. “Também é importante para fazer contatos com fornecedores. Todo ano, vou e encontro muita coisa interessante”, completou.
Por Mariana Gominho
Fonte: Redação do Diario de Pernambuco