Imóvel na planta: conheça os prós e contras antes de comprar

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A compra de imóveis na planta é uma boa opção para quem pode esperar de dois a três anos para receber a propriedade, quer pagar menos para ter a casa própria e não tem dinheiro para pagar a entrada do apartamento à vista, de acordo com especialistas. No entanto, não espere uma alta valorização, já que a alta desproporcional entre 2008 e 2012 faz com que os ganhos com esse tipo de investimento não sejam tão altos, dizem os analistas.

A valorização dos preços médios do metro quadrado (m²) em São Paulo e Rio de Janeiro foi de 145,8% de 2008 a 2012, segundo pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Devido a essa valorização, pessoas que compraram imóveis na planta nas duas principais cidades do País em 2005, 2006 e 2007, para que fossem entregues dois ou três anos depois, tiveram ganho superior a 100%, conforme o professor da escola de negócios Anhembi Morumbi, Gustavo Ortega. “O mercado já visualiza uma estabilização do mercado, então os preços dos imóveis novos, na planta e usados não vão ficar mais tão diferentes. Então será preciso analisar o perfil do comprador para verificar qual a melhor opção para cada caso”, disse.

Os imóveis na planta continuam sendo um bom negócio para quem não precisa de um imóvel imediatamente e pode esperar os dois ou três anos necessários para a conclusão da obra, de acordo com o economista-chefe do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Celso Petrucci. Essa também é uma boa opção também para quem quer um tempo maior para pagar o valor de entrada de imóvel, que varia entre 20 e 30%. “Quem compra o apartamento à vista paga esse valor de uma vez enquanto quem compra o apartamento na planta pode pagar durante todo o tempo da obra”, diz Emílio Fugazza, diretor Financeiro da construtora Eztec.

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Segundo Fugazza, outras variáveis devem ser consideradas pelo comprador na hora de optar por um imóvel na planta. Ele diz que, atualmente, apartamentos usados e novos com uma mesma planta (por exemplo, de 60 m²) costumam ter áreas de lazer muito diferentes. “As áreas externas (comuns) de um apartamento antigo eram, geralmente, de 20 a 30% do tamanho do imóvel, enquanto agora elas chegam a 60%”, diz.

Dentre as desvantagens de comprar um imóvel na planta, Petrucci destaca o fato de que o comprador terá que demorar a se mudar (e esse prazo pode ficar ainda maior em caso de atrasos na obra) e o imóvel pode não ficar idêntico ao que foi oferecido. O comprador também deve ficar atento à idoneidade da construtora para não ter sustos e pagar e não receber o imóvel . “Hoje a legislação melhorou muito e protege o comprador. É difícil que ele tenha problemas com uma construtora se tomar alguns cuidados e verificar se a construção tem alvará, se ela foi registrada”, diz Ortega.

O que olhar antes de comprar

Caso o consumidor resolva adquirir um imóvel na planta, deve ficar atento a alguns requisitos como idoneidade da empresa e qualidade do serviço prestado (e materiais utilizados) em empreendimentos anteriores, conforme o Procon.

De acordo com o órgão, antes da compra o consumidor deve procurar o síndico ou moradores de empreendimentos da mesma construtora para ver se não ocorreram problemas na obra. Outro passo é conferir na prefeitura, antes de efetuar qualquer pagamento inicial (reserva ou sinal), se a planta do imóvel foi aprovada e se a incorporação do empreendimento foi devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis. É importante olhar se o imóvel não está hipotecado e se plantas, áreas e metragem estão de acordo com as normas da prefeitura. O órgão esclarece ainda que é fundamental guardar todos os prospectos publicitários do imóvel, para garantir o cumprimento da oferta por parte da empresa.

O Procon recomenda também que um corretor de imóveis devidamente inscrito no Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) auxilie os compradores antes que seja assinado o contrato de compra e venda. O comprador deve analise todas as cláusulas do contrato e, em caso de dúvidas, procurar órgão de defesa do consumidor ou de um advogado especializado. Após a assinatura, o contrato deve ser registrado no Cartório de Registro de Imóveis, para garantia do negócio.

Correção

A correção dos apartamentos comprados na planta é feita pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em épocas de inflação e valorização grande dos imóveis, ele chegou a subir mais que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, o que representou um problema para os compradores. “A questão era a mesma de oferta e demanda. Quando os imóveis estavam com preços altos, as construtoras ampliaram os lançamentos e faltavam produtos no mercado, o que fez com que o índice subisse”, diz. Mas o problema foi contornado e o índice está smiliar às inflação, de acordo com o economista do Secovi. “Essa preocupação com a alta do INCC foi maior na década de 90, agora ela não deve existir”, diz.

Entenda

– A estabilização nos preços dos imóveis, que começou em 2011 e deve continuar pelos próximos anos, faz com que a lucratividade com os imóveis na planta tenha caído nesse ano.
– Mesmo assim, esses imóveis são uma boa opção para quem não precisa receber a propriedade imediatamente ou não tem o dinheiro para pagar á vista a entrada, de 20 a 30%.
– Para não ter surpresas, o comprador deve verificar a idoneidade da empresa e ir à prefeitura e ao cartório verificar se os dados fornecidos estão corretos.
– Apartamentos na planta geralmente tem uma área comum maior que a de apartamentos usados: 60% superior à área interna, enquanto no caso de usados é cerca de 30% superior.

Por: Bruna Saniele

Fonte: Terra

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