A crise financeira mundial que vem provocando mudanças no curso da economia global trouxe à tona a discussão sobre as aplicações de risco, como os investimentos na bolsa de valores.
Em contra-partida, pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECI-SP) demonstra que o mercado de imóveis usados é um porto seguro de rentabilidade, proteção e valorização do patrimônio.
Os dados indicam que os preços médios de 13 entre 15 diferentes tipos de apartamentos usados situados na cidade de São Paulo tiveram valorização superior à dos investimentos financeiros tradicionais como CDB e poupança entre janeiro e setembro de 2008.
A comparação dos preços médios mostrou que a valorização dos apartamentos usados variou de um mínimo 6,21% a um máximo de 187,97%, superando a inflação acumulada no mesmo período – 4,75% pelo IPCA e 5,24% pelo INPC.
“Imóvel é reserva de valor por tradição, porto seguro para preservação de ativos financeiros e opção rentável de investimento sem sustos e com garantia de retorno”, afirma o presidente do CRECI-SP, José Augusto Viana Neto.
O presidente do CRECI-SP diz não ter ainda elementos para avaliar se os preços dos imóveis usados aumentaram também em consequência da entrada nesse mercado de investidores que tinham aplicações no mercado financeiro. “Estamos pesquisando”, revela Viana Neto. Ele enfatiza, porém, que “uma coisa é certa desde já e sempre – não perde dinheiro quem aplica suas economias em imóveis bem localizados tanto em áreas nobres quanto em áreas populares e não procura retorno imediato”.
Mercado imobiliário
Para o mercado de imóveis novos, o efeito da crise teve um impacto maior, mas o setor está confiante. “Não é possível evitar os reflexos da crise na economia nacional, inclusive no setor imobiliário. Mas tranquiliza saber que as consequências para o nosso crédito imobiliário serão pequenas; principalmente diante do tamanho da crise, lá fora”, avalia João Crestana, presidente do Secovi-SP, o Sindicato da Habitação.
Para o empresário as medidas anunciadas pelo Ministério da Fazenda provam que o governo confia na capacidade produtiva do setor. Entre elas está uma linha de financiamento da Caixa Econômica Federal de R$ 3 bilhões.
Além deste aporte financeiro, o Secovi espera que o governo federal adote outras medidas para conter uma possível retração do setor. Entre elas, estão reforçar junto aos agentes a exigibilidade na aplicação da Poupança e do FGTS, a confirmação de volumes de financiamento destas fontes para 2009 e o incentivo para que os bancos cumpram as condições oferecidas, direta ou indiretamente, nos plantões de venda.
“Atravessamos um dos melhores momentos em termos de produção e aquisição de imóveis e contamos com legislação clara, marco regulatório correto e estruturada política macroeconômica. Isto indica segurança nas transações imobiliárias”, avalia o presidente do Secovi-SP.
fonte: Revista da Agência do Imóvel