Imóveis de um quarto têm valorização de até 169% no Rio, em quatro anos

Comprar ou alugar apartamentos de um quarto no Rio está cada vez mais difícil. Diante de uma grande procura e uma pequena oferta, os cariocas sentem no bolso o impacto da valorização, que, em quatro anos, chega a 169% no município.

O Índice FipeZap, que mede a inflação no mercado imobiliário de seis capitais, apontou um aumento de 35,5% nos preços desse tipo de imóvel no Rio nos últimos 12 meses, até fevereiro. Os bairros com maior variação no valor do metro quadrado foram Engenho da Rainha (165%), Penha Circular (139%), Vidigal e São Conrado (124%), Pilares (117%) e Quintino (110%).

” Todas essas áreas são próximas a zonas recém-pacificadas (Complexo do Alemão e Rocinha), o que deve ser a principal razão para a valorização”, explica Roberto Zac, pesquisador da Fipe.

De acordo com dados do Sindicato da Habitação do Rio (Secovi Rio), há cerca de 45 mil imóveis oferecidos para venda na cidade e três mil para locação, a cada mês.

Procura para a locação – Alexandre Parente, diretor da Renascença Administradora, explica que, apesar de a valorização para a venda ser grande, os imóveis de um quarto são procurados, principalmente, para a locação:

“Entrou na imobiliária, logo o apartamento é alugado. A maioria deles está na Zona Sul, na Barra da Tijuca, Recreio e no Centro. Este último com uma enorme valorização. O metro quadrado no bairro pode chegar a R$ 34.”

O perfil dos clientes, segundo Parente, é de estudantes, solteiros e recém-casados, que encontram nesse tipo de imóvel uma opção mais em conta. É o caso do chefe de oficina Rafael Hobi e da bancária Ana Paula Sung, ambos de 33 anos, que pagam R$ 900 por um pequeno apartamento no Recreio:

“Procuramos por dois meses, mas não podia esperar muito e preciso morar nessa região, por causa do trabalho. Além dos altos preços, enfrentamos muita burocracia.”

Pouco espaço desafia – Segundo o gerente de locações da administradora Apsa, Jean Carvalho, as ofertas de apartamentos de um quarto para aluguel geralmente estão em prédios antigos, sem área de lazer ou garagem, e têm pequenas dimensões:

“Em média, o tamanho desses imóveis fica entre 20 e 25 metros quadrados.”

Diante da falta de espaço, acomodar todos os móveis e eletrodomésticos sem tornar o ambiente muito apertado e desconfortável é um desafio.

“Estamos no apartamento há três meses e parte da nossa mudança ainda está encaixotada, porque não temos onde guardar tudo”, diverte-se Rafael Hobi.

O casal planeja se mudar para um apartamento maior em, no máximo, dois anos, para ganhar privacidade e dar mais conforto à filha de 1 ano, a pequena Alice.

Por Raiane Nogueira

Fonte: Jornal Extra

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