A demanda por imóveis residenciais continua em alta em todo o país, e na região a tendência é acentuada. De acordo com avaliação do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Sul) a queda dos juros e a melhoria nas condições de financiamento também favorecem o crescimento.
Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Sul Fluminense, Mauro Campos, o panorama do mercado aquecido se deve há alguns fatores.
– Hoje existem vários fatores que beneficiam esse momento vivido pelo mercado imobiliário. Os programas do governo federal, como o Minha Casa Minha Vida, com subsídios que incentivam a política habitacional e estimula o crédito, o aumento do orçamento para estes projetos, as taxas de juros que são menores, dependendo podem chegar a 6%. São condições super benéficas, principalmente em imóveis de R$ 90 a R$ 110 mil – falou, esclarecendo que dessa maneira, quem tem necessidade de comprar uma casa própria encontra um mercado favorável.
Mauro ainda comentou que, apesar do bom momento, é possível que o mercado fique mais moderado em um futuro próximo.
– O Governo Federal, através do programa PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento) tem como objetivo construir cerca de duas milhões de habitações, entre apartamentos e casas em todo o país. A previsão é que só no estado do Rio sejam construídas 70 mil novas moradias, então, enquanto houver essa demanda o mercado vai permanecer aquecido, mas tudo tem o seu final – analisou.
– Acredito que cabe aos governos municipais serem ágeis, espertos e inteligentes para rever as verbas e conseguir garantir os investimentos – completou.
Crescimento
O Minha Casa Minha Vida é um programa do governo federal que em geral, acontece em parceria com estados, municípios, empresas e entidades sem fins lucrativos.
De acordo com dados do governo federal, na primeira fase foram construídas mais de um milhão de moradias. Agora, o Programa Minha Casa Minha Vida pretende construir na segunda fase, dois milhões de casas e apartamentos até 2014.
Se a pessoa tem renda bruta de até R$ 5.000,00, o Programa oferece algumas facilidades, como, por exemplo, descontos, subsídios e redução do valor de seguros habitacionais.
Dois bancos hoje oferecem o benefício, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil.
Dados do Banco Central
Segundo informações divulgadas pela Agência Brasil, a expansão do crédito imobiliário, embora tenha ocorrido com maior intensidade do que a das demais modalidades, já mostra sinais de moderação.
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel informou que em 2010 o crédito imobiliário apresentou expansão de 51%, com redução para 44% em 2011 e para 38,6% no período de 12 meses encerrados em agosto.
– Vem arrefecendo gradualmente, mas ainda acima da média do sistema como um todo – disse.
O saldo total das operações de crédito do sistema financeiro chegou a R$ 2,211 trilhões, em agosto, com crescimento de 17%, em 12 meses.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, a expansão do crédito imobiliário saiu de 4,4% em agosto de 2011 para 5,8% no mês passado.
– É um percentual ainda baixo quando se compara ao de outros países, acima de 70% do PIB – acrescentou Tulio Maciel.
Para ele, não há riscos na expansão do crédito imobiliário no país, como ocorreu com a bolha imobiliária nos Estados Unidos.
– Essa realidade está muito distante da brasileira. Não dá pra fazer nenhum paralelo – tranquilizou.
Fonte: Diário do Vale
Informação
Comments are closed.