Brasileiro acha imóvel mais barato em Miami que no litoral de São Paulo

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Valorização nos preços no mercado nacional e desvalorização do dólar têm atraído cada vez mais brasileiros para comprar no exterior
                                      

Miami – A crescente valorização no preço dos imóveis no Brasil que, de acordo com pesquisa do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP), atingiu até 269% de janeiro a dezembro de 2010 em regiões de São Paulo, e a desvalorização do dólar ante o real têm atraído cada vez mais brasileiros para comprar no exterior. Em alguns casos, como a cidade de Miami, o metro quadrado dos imóveis chegam a custar menos que a metade do preço em praias do litoral paulista.

Embora não haja dados compilados, os corretores afirmam que a procura aumentou. “No começo de 2010, tinha em torno de uma ou duas ligações por semana no escritório. Hoje são de oito a dez ligações de pessoas que encaminhamos para o escritório de Miami”, afirmou o diretor da corretora de Imóveis Sotheby’s Celso Pinto.

“Há 15 anos houve uma procura grande, mas hoje é a maior penetração que o brasileiro já teve no mercado da Flórida. Quarenta e cinco por cento da venda dos imóveis são para brasileiros”, disse Hellô Campos, corretora que atua em Miami.

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Ela acrescenta ainda que nos EUA há um terceiro fator de incentivo para adquirir imóveis, a queda nos preços. “A crise (financeira de 2008) quebrou o mercado imobiliário totalmente, os bancos tomaram de volta os projetos, que sofreram reduções de 40% a 50% no valor”, afirmou.
Além do fato de ser um centro de compras, Miami lidera a lista de cidades mais procuradas por cidadãos brasileiros exatamente por já abrigar muitos deles. “Os brasileiros preferem estar juntos. Assim, o condomínio já tem um ritmo brasileiro de administração, de oferecer os serviços”, argumentou Celso Pinto.

De olho nessas possibilidades, uma economista brasileira, que prefere o anonimato, comprou um apartamento novo em Miami por US$ 250 mil, para investimento. Segundo ela, a facilidade de se conseguir inquilinos possibilita o financiamento que, para estrangeiros, pode chegar a até 70% do valor do imóvel, com taxa de 5% ao ano e prazo de 30 anos para pagar.

“O aluguel praticamente cobre os custos e não corro o risco da variação cambial (alugando o imóvel)”, afirmou a economista, que gasta cerca de US$ 1,7 mil por mês para manter o imóvel. A brasileira quer esperar a valorização do apartamento e alta do dólar para vendê-lo no futuro.

Com o mesmo pensamento, um advogado de Belo Horizonte que também não quis se identificar, trocou o investimento que tinha em um apartamento no Brasil por outro em Miami. “Vendi na alta no Brasil e comprei na baixa lá (nos EUA)”, disse ele, acrescentando que o valor de seu apartamento no Brasil era de US$ 7 mil por metro quadrado, enquanto que o recém-comprado custou US$ 5,5 mil por metros quadrados, com uma infraestrutura melhor.

O advogado quer alugar o apartamento por dois anos e depois vender. “Hoje em Miami não tem uma obra iniciando. Uma hora os preços vão aumentar pela falta de imóvel. Tenho a impressão de que isso já está começando”, alertou.

Proximidade e qualidade de vida

Embora não haja um perfil do comprador brasileiro no exterior, o diretor da Sotheby’s afirmou que normalmente são empresários, executivos e comerciantes, moradores de cidades com voos diretos para EUA, dispostos a pagar entre US$ 300 mil a US$ 700 mil – variação média dos imóveis buscados.

Os valores, segundo ele, ficam abaixo dos verificados em alguns locais no Brasil, como em Juquehy e na Riviera de São Lourenço, onde o imóvel usado custa em média US$ 6 mil por metro quadrado, contra cerca de US$ 2,5 mil por metro quadrado de um similar em Miami. No entanto, Celso lembra que os custos de manutenção normalmente são mais altos, mas que não atrapalham o negócio.

Apesar de os imóveis de Miami serem os mais procurados, casas e apartamentos em países da Europa e América do Sul também são buscados, sobretudo para servir de moradia. “A maioria dos países tem uma desvalorização imobiliária, como Espanha, Argentina, França e Uruguai”, disse Celso Pinto. No Uruguai, por exemplo, além do preço baixo dos imóveis, outro atrativo é a possibilidade de estar próximo ao Brasil.

A corretora Jussara Fagundes, da imobiliária Corretores Associados em Curitiba, afirmou que os EUA perdem para a América do Sul como principal destino de seus clientes. “Buscam mais qualidade de vida. Eles têm medo de sequestro” justifica, acrescentando, inclusive, que há a procura por fazendas com terras férteis no Uruguai.

Fonte: O Dia 

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