Ações judiciais contra construtoras aumentaram 48% em São Paulo

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No ano passado, a Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências recebeu 2.199 reclamações contra as empresas de construções pelo atraso na entrega dos imóveis. A maioria das queixas foi relativa a vícios ou defeitos na construção; imposição de taxas abusivas, como Sati, (Serviço de Assessoria Técnica Imobiliária) na base de 0,88% do valor e referente a uma suposta prestação de assessoria jurídica, e a de corretagem, cuja responsabilidade é única e exclusiva da construtora; além da cobrança de juros sobre juros e leilões de imóveis.

O interessante é que 32% dos reclamantes, que representa 956 mutuários, foram à Justiça buscar os seus direitos. E isso significou aumento de 59% nas queixas e crescimento de 48% nas ações impetradas junto ao Poder Judiciário, segundo os dados comparados com os de 2010, quando houve, respectivamente, 1.477 descontentes e apenas 369 ações judiciais.
Segundo levantamento de informações nos Procon do Rio e de São Paulo, as campeãs de reclamações são a Construtora Tenda e a CR2 Empreendimentos Imobiliários. A primeira foi uma empresa aberta absorvida pela Gafisa, enquanto a segunda continua a ter suas ações negociadas na Bovespa. O interessante é que a controladora da primeira e controladores da segunda evitam dar esse tipo de informações para os analistas e investidores.
Aliás, somente pressionados pelos analistas, os responsáveis pelas construtoras tornam públicos tais dados. Por exemplo, na última reunião da Apimec RJ, o DRI da CR2, Rogério Furtado Moreira, revelou que dos 8 mil e poucos imóveis vendidos pela CR2, dois mil e pouco geraram problemas. Dias depois, ao ser questionado pela CVM, respondeu que existem ações judiciais contra a empresa, mas que não tornadas públicas, pois tem um total inferior a 1% do patrimônio.

Por causa disso, fica a pergunta: qual a transparência de uma construtora?

Fonte: Monitor Mercantil

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