Reajuste dos aluguéis aumenta número de devoluções, aponta Creci-SP

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SÃO PAULO – O aumento dos valores de aluguéis está provocando aumento no número de inquilinos que precisam devolver imóveis  por não conseguir arcar com o pagamento após o reajuste, afirma o presidente do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo), José Augusto Viana.

De acordo com a Agência Brasil, Viana disse que, ao vencer o contrato, o aumento pedido pelo proprietário dificulta o pagamento do locatário. Somado a isso, uma pesquisa mensal do Creci já mostrou que entre agosto e outubro de 2011, mais de 60% dos novos contratos de aluguéis foram fechados em imóveis devolvidos pelos antigos ocupantes.

Imóveis devolvidos

Agosto registrou o maior índice do ano até o momento, 73%. Os dados mostram que a maioria das locações são efetuadas hoje em dia em imóveis devolvidos por inquilinos anteriores, que não têm condições de pagar o novo aluguel.

O Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo) mostrou que os aluguéis novos registravam em novembro aumento de 19,77% em 12 meses. Na cidade do Rio de Janeiro, o Secovi-RJ verificou uma alta de 16,1% de janeiro a dezembro de 2011. No mesmo período o IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado), que determina o reajuste dos contratos, subiu 5,09%.

Cícero Yagi, consultor de locação do Secovi-SP, diz que a alta é uma tendência nas grandes cidades do País e é motivada, sobretudo, pela melhoria da renda da população nos últimos anos, que ao receber mais procuram por melhores condições de moradia. Yagi também acredita que o descompasso entre os imóveis ofertados para locação e a demanda deve fazer com que os preços continuem a subir acima da inflação nos próximos meses.

Viana ainda acredita que a falta de imóveis é agravada pela ação dos especuladores, ou seja, profissionais que fazem do imóvel uma moeda. A alta dos preços tem tornado a locação, segundo Viana, um negócio cada vez mais rentável. Ele lembra que há cinco anos o aluguel representava 0,5% do valor do imóvel (por mês) e, hoje, chega a 1,2%.

Por: Viviam Klanfer Nunes

Fonte: InfoMoney

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