São Paulo – Tradicionalmente adotada por aqueles que desejam construir a residência de acordo com os seus sonhos e orçamento, a compra de lote começa a ganhar espaço como investimento. De acordo com o diretor da Vallor Urbano, Sergio Pereira, no setor de loteamentos “a lucratividade é algo inerente ao próprio negócio, e pode ser potencializada em momentos e locais com maior facilidade de liquidez. A valorização de um lote, historicamente, nunca é inferior a 30% em termos reais”, explica.
O diretor da Vallor, empresa especializada na urbanização de áreas residenciais e industriais, recomenda a quem pretende comprar um lote, para construir ou investir, ficar atento à regularidade do empreendimento, para não correr o risco de adquirir frações de terras que, na realidade, são fruto de ocupações irregulares, vendidas ilegalmente.
Pereira alerta que o resultado da compra de um lote sem a devida precaução é a destruição do sonho do comprador e, consequentemente, o risco do capital investido. Ele recomenda como primeira providência exigir a matrícula do lote. “É como se fosse uma certidão de nascimento. A matrícula deve estar registrada no Cartório de Registro de Imóveis”, adverte. O especialista explica que, em seguida, é importante checar na prefeitura se o empreendimento está com todas as licenças válidas.
“Tanto o cartório, quanto a prefeitura têm obrigação de fornecer estas informações”, orienta, acrescentando que, normalmente, as empresas sérias do setor de loteamentos disponibilizam tais informações nos plantões de vendas, por meio de um advogado a postos para esclarecer as dúvidas dos compradores.
Valorização – Quanto à valorização do lote, Pereira diz que depende de vários fatores, estando entre os principais: a localização, o padrão do loteamento, a infraestrutura da área em que se encontra o lote e o tipo de casas que serão ali construídas.
Um exemplo de valorização mencionado por Pereira é o empreendimento realizado pela Vallor Urbano em Ribeirão Preto (SP), chamado Giardini Dei Fiori. Um lote no local, vendido em maio de 2005 por R$ 18 mil, nos dias atuais é revendido por R$ 75 mil. Em seis anos, a valorização de um lote alcançou 316%, e o preço médio de venda das casas, construídas ali em um lote padrão, é hoje de R$ 200 mil.
Pereira comenta que em apenas seis anos, considerando que, no período, a variação das cadernetas de poupança foi 59,17%, o lucro real gira em torno de 162%. “O comprador recuperou seu capital corrigido e ainda ganhou mais de três vezes o valor aplicado. Esta margem de lucro pode ainda ser potencializada, quando se agrega ao lote a construção de uma casa”, diz.
O cenário para a valorização – Além da documentação do lote, recomenda o diretor da Vallor Urbano, o comprador deve verificar outras questões, tais como a disponibilidade de energia elétrica, esgoto e captação de águas pluviais, asfalto, guias e sarjetas.
Sem essas características, diz o especialista, o empreendimento não está qualificado para ser bem sucedido. E reforça, comentando que, hoje, não se pode pensar em desenvolvimento urbano, e consequentemente, na valorização do produto, sem que haja a garantia de implantação de toda infraestrutura necessária.
O especialista comenta ainda que, em alguns empreendimentos, é adotada uma iniciativa criativa para minimizar os custos das obras de infraestrutura, como o rateio entre os adquirentes, ao preço de custo, de alguns dos benefícios urbanos exigidos pelas prefeituras, para a aprovação do loteamento.
“Essa é uma maneira econômica e viável para assegurar a lucratividade e valorização ainda maior do investimento”, analisa Sérgio Pereira. Atualmente, no Estado de São Paulo, um lote considerado popular custa em média R$ 30 mil, mas existem diversas opções de áreas, que vão desde espaços comerciais a lotes em empreendimentos fechados.
A preocupação com a integração desses novos bairros à cidade e a oferta de comércio no local devem ser observadas, recomenda ainda o especialista, argumentando que tais fatores garantem comodidade aos moradores, geração de renda, e consequentemente, crescimento econômico para a região.
“São raros os empreendimentos exclusivamente comerciais. Normalmente, existem quadras comerciais em projetos de desenvolvimento de novos bairros para assegurar o desenvolvimento do local”, explica. Ainda, segundo o especialista, em função do próprio crescimento da economia e facilidade de crédito, o mercado de lotes voltados ao lazer também tende a crescer nos próximos anos. “Esse segmento deve, em breve, experimentar uma expansão interessante, e terá uma característica bem diferente da que conhecemos hoje”, finaliza o diretor da Vallor Urbano, Sergio Pereira.
Fonte: R7