Troca de ramo de atuação é motivada pela remuneração alta e pelo horário flexível
Horário flexível e comissão alta fazem com que profissionais abandonem suas áreas de atuação para se tornar corretores de imóveis. Na maioria dos casos, a insatisfação com o salário é o grande motivador da mudança profissional. Gerentes de imobiliárias da Capital concordam que a atividade está em alta, mas ressaltam que, para ganhar bem, o candidato deve estar disposto a trabalhar além dos plantões para conquistar o cliente.
Anna Dágila Suouza Veiga, gerente corporativa de recursos humanos da Brognoli Imóveis, conta que recebe, em média, 80 currículos por semana para as vagas de corretor — muitos deles de advogados, psicólogos, administradores e fisioterapeutas.
— A profissão é conhecida pelo horário de trabalho flexível e por ganhar comissão alta. Mas as pessoas esquecem que não é só fazer o plantão, mas toda uma dinâmica de identificar os clientes e saber lidar com perfis diferentes de consumidores.
Ao contrário da equipe tradicional, formada por profissionais aposentados, hoje os jovens têm assumido a função. Marcelo Bonnassis, gerente comercial da Giacomelli Imóveis, acredita que a especulação imobiliária de Florianópolis contribui para tornar a carreia atrativa aos jovens, que podem ganhar mais do que no início de outra profissão. Para as imobiliárias, esse interesse é positivo.
— Contratamos corretores mais jovens, porque conseguimos lapidá-lo e fazer com que trabalhem no estilo da empresa.
Bonnassis cita exemplos de pessoas que trabalhavam com a venda de carros ou roupas e hoje são corretores de imóveis. Mas, na empresa, nenhuma mudança de profissão é maior do que a dele. Formado em jornalismo há dez anos, na época do curso já atuava como corretor. Apesar de gostar da faculdade, resolveu investir na outra profissão. Um ano depois de formado, tornou-se gerente na Giacomelli e hoje, com 31 anos, ganha mais de R$ 10 mil por mês.
— Eu gostava do meu curso. Mas a faculdade não me seduziu pela questão financeira.
Pelo mesmo motivo, Lucas da Luz Piccini, 28 anos, deixou de trabalhar em uma agência de viagens, onde era especializado em intercâmbio, para tornar-se corretor de imóveis. Há menos de um ano na nova profissão, já fez o curso em Transações Imobiliárias, que o registrará no Creci, e espera ganhar mais do que sua graduação em Turismo o possibilitava.
— Como em qualquer função que se inicia, demora um pouco até aprender os macetes. Mas daqui a um ano estarei ganhando o dobro do que ganhava na agência — acredita.
Exigências do mercado
Ter feito ou começar o curso técnico em Transações Imobiliárias ou Gestão de Negócios Imobiliários. Ambos garantem o registro junto ao Creci — que é obrigatório para exercer a profissão.
Ter mínimo de 18 anos de idade e, dependendo da imobiliária, ter o ensino médio completo.
Saber mexer em ferramentas online, porque a maioria das imobiliárias utilizam a plataforma para expor seus produtos e buscar novos clientes.
Ser comunicativo e saber vender o produto.
Além disso, ser proativo no atendimento ao cliente e na procura de novas fidelizações.
Gostar da flexibilidade de horário, que também pode ter pontos negativos, como realizar atividades fora do plantão de atendimento.
Conhecer o mercado imobiliário, especialmente as regiões em que a imobiliária atende.
Aprimorar-se constantemente. Cursos sobre financiamento e avaliação de imóveis, por exemplo, ajudam no suporte ao cliente.
Por: Claudia Nunes
Fonte: Diario Catarinense