No Brasil o setor imobiliário mantém expansão e projetos atraem investimentos para o nordeste!

Enfraquecimento da moeda, desaceleração econômica e instabilidade social não quebraram o crescimento e o dinamismo em toda a cadeia de valor da construção e do imobiliário. Por conta do real mais fraco, investidores internacionais têm encontrado novas “janelas de oportunidade” antes da chegada dos grandes eventos desportivos, Copa do Mundo e Olimpíadas. Apesar dessas contrariedades, o Brasil também continua apresentando melhorias no âmbito do desenvolvimento social.

Um novo indicador formatado e apresentado pelo nosso bem conhecido Michael Porter coloca o Brasil à frente dos outros BRIC´s em progresso social. O Índice de Progresso Social desenvolvido em Harvard e agora apresentado, procura ir mais além do que os indicadores de desenvolvimento econômico para classificar o sucesso dos países. Composto por três dimensões, básica ao nível da satisfação de necessidades fundamentais como saneamento básico e moradia, bem-estar e dimensão de oportunidades, este novo indicador permite avaliar que o Brasil sendo um país de renda média tem um melhor desempenho do que outros países de maior renda “per capita” como a Rússia. Segundo Porter “_ o Brasil está indo melhor do que esperávamos”.

É no quesito da segurança pública que o Brasil apresentou a pior classificação e esse vem sendo um problema transversal a toda a sociedade brasileira para o qual os diferentes níveis de governação, federal, estadual e municipal não têm encontrado soluções sendo preocupante essa incapacidade de agir. Voltando ao mercado imobiliário, começamos a ter um crescimento normalizado longe dos explosivos crescimentos anteriores a 2011. De acordo com a ADIT (Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico) estima-se que 35 milhões de famílias brasileiras adquiram imóveis nos próximos 20 anos. No curto prazo, de acordo com declarações de Octávio de Lazari presidente da ABECIP (Associação Brasileira de Crédito Imobiliário e Poupança) os efeitos da recente elevação da taxa SELIC (taxa básica de juros) no preço do crédito imobiliário serão limitados. A decisão de elevar a taxa de juro de 8,5 % para 9% no âmbito de um conjunto de medidas para conter as tensões inflacionistas verificadas nos últimos meses, tornou a remuneração da poupança (cadernetas de poupança) mais alta e sendo esta a sua principal fonte de recursos, o crédito imobiliário poderia encarecer.

Com a disputada “corrida” concorrencial pelas carteiras de crédito imobiliário os efeitos deverão ser mínimos. Por motivos profissionais, nos últimos dois meses, venho percorrendo toda a Área Metropolitana de Fortaleza e encontrando muitos pequenos e médios investidores internacionais interessados em investimentos estruturantes. Particularmente na região do complexo industrial e portuário do PECÉM a aposta vai para o desenvolvimento de empreendimentos turísticos – imobiliários (residências para recolocação profissional, 2ª residência, hotéis e resorts) e a construção de imóveis ao abrigo do programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida”. Todos os imóveis do“ Minha Casa, minha Vida” são construídos pelo setor privado respeitando padrões de qualidade e preços de venda máximos, definidos pelo governo.

De acordo com estimativas governamentais as necessidades atuais mais urgentes de habitação são de 8 milhões de lares, sendo que 3 milhões foi o objetivo de construção fixado pelo programa até 2014 para atender ao défice habitacional das famílias com menor rendimento. De acordo com recentes declarações da ministra do planejamento, orçamento e gestão, os recursos previstos para o P.A.C. (Programa de Aceleração do Crescimento) e “Minha Casa, Minha Vida” no orçamento do próximo ano serão afetos mais R$ 11,044 bilhões do que este ano. A aposta neste programa habitacional será assim reforçada. Apesar da prudência nas afirmações, dado que persistem crescimentos elevados nos preços dos imóveis em algumas localizações e alguns lançamentos imobiliários continuam a ser adquiridos por investidores – especuladores, no curto e médio prazo parecem afastados os temores que regularmente surgem nos mídia de uma “bolha imobiliária”.

Desde que os “produtos imobiliários” se direcionem para a satisfação da procura habitacional real, se mantenha a prudência nos critérios de concessão de crédito imobiliário, se mantenha a baixa inadimplência (incumprimento), parecem pouco fundamentados tais receios. Quanto ao nordeste do Brasil e particularmente no Ceará, os investimentos estruturantes de longo prazo vêm continuando a transformar de forma positiva a realidade econômica dos municípios em seu entorno. Trazem novos desafios de planejamento urbanístico, infraestrutura, impacto ambiental e qualificação profissional de forma que as populações locais possam beneficiar desses investimentos. Recebemos de Portugal mais umas notas de esperança, com a evolução positiva das exportações e sinais de uma tímida recuperação do mercado imobiliário em Julho e Agosto.

Férias de verão dos emigrantes, golden visa (concessão de vistos a compradores de imóveis superiores a 500.000,00 Euros estrangeiros) e ações das imobiliárias focadas na venda de produtos imobiliários a clientes investidores, foram os principais fatores que contribuíram para esses resultados. Oxalá perdure essa tendência positiva.

 Por:  Jorge Garcia, Especialista em Imobiliário

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