Mercado imobiliário – Este é o momento ideal para investir?

O boom na construção civil trouxe inúmeros lançamentos imobiliários na Grande São Paulo visando aos mais variados públicos. As ofertas variam e chamam a atenção pela diversidade, mas principalmente pelo aumento do preço. Na capital paulista, por exemplo, o preço médio do metro quadrado de imóveis residenciais novos ficou em R$ 7,2 mil em 2012, o que representa um aumento de cerca de R$ 600,00 em relação ao ano anterior, segundo dados do Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo). O valor também é significativamente maior do que o de dez anos atrás (2003), quando o metro quadrado custava, em média, R$ 2,7 mil.

As medidas de estímulo à construção civil, anunciadas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, no final de 2012, estão em aprovação no Congresso e influenciarão diretamente o bolso de quem pretende comprar a casa própria em 2013. Com a desoneração da folha de pagamentos, a redução de tributos e o acesso ao capital de giro durante o período de construção das habitações, há a possibilidade de os preços dos imóveis sofrerem queda até o final do ano. Segundo pesquisa divulgada pelo Secovi-SP, a variação média de preços reais dos imóveis residenciais lançados na cidade de São Paulo no ano passado foi de 3% em relação a 2011. Essa foi a menor alta verificada desde 2008, quando os preços subiram somente 0,4%.

Apesar de a chance de os imóveis ficarem mais baratos, na avaliação do economista e coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, prof. Ricardo Balistiero, este não é um momento propício para a compra de um imóvel. “Está caro por qualquer ângulo por que se olhe. Existe, sim, uma acomodação dos preços, mas ainda em patamares muito elevados”, diz o professor.

Para quem pretende adquirir um imóvel em planta para fim de moradia, a análise é mais complexa, pois depende da forma e do prazo de pagamento escolhido. Contudo, se a aquisição for com o objetivo de investimento, é possível obter retorno financeiro. “Em geral, o investimento em imóveis costuma ter baixa liquidez quando comparado às demais opções de investimento disponíveis no mercado. Para investir neste nicho é preciso conhecer muito esse mercado, a fim de identificar áreas com real potencial de valorização”, acrescenta o especialista.

Entretanto o prof. Balistiero afirma que é difícil analisar o entorno de um empreendimento. Ele sugere que o comprador solicite o plano de obras da região à Prefeitura. “Apesar dos números, a sensação é a de vivermos num canteiro de obras; afinal, além da construção de empreendimentos residenciais e comerciais, o momento da economia estimula grandes obras como túneis e pontes que podem valorizar seu imóvel, bem como gerar desapropriações e drásticas mudanças no entorno”, acrescenta.

Para aqueles que, apesar do momento econômico, precisam comprar seu primeiro imóvel, é necessário tomar algumas precauções como pesquisar o histórico de lançamentos da construtora e da incorporadora, verificar se a taxa de juros de seu banco realmente é a menor do mercado e estar atento às taxas intermediárias. Não há um cálculo, pois os gastos de cada pessoa variam de acordo com seu perfil, mas o coordenador indica que o ideal é não comprometer acima de 35% da renda. “Acima disso, outras despesas podem ser afetadas”, alerta.
Fonte: Info MAUÁ

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