JP Morgan corta recomendação para as ações de Gafisa, PDG e MRV

SÃO PAULO – Acreditando que ainda é cedo demais para ser otimista com o setor de construção civil, o JP Morgan rebaixou as recomendações de três imobiliárias brasileiras: Gafisa (GFSA3), PDG (PDGR3) e MRV (MRVE3). A instituição ressalta ainda a preferência por ativos do segmento de shopping em relação ao imobiliário.

Os analistas Adrian Huerta e Marcelo Motta reclassificaram os papéis MRVE3 e PDGR3 de overweight (desempenho acima da média do mercado) para neutro, enquanto rebaixou os papéis GFSA3 de neutro para underweight (desempenho abaixo da média do mercado). Para os analistas, as companhias precisam mostrar que têm capacidade para gerir o seu modelo de negócios e que podem gerar caixa. Caso elas não consigam, o JP revela que pode reduzir novamente os ativos.

Segundo os analistas, as companhias do setor de construção civil não foram capazes de gerar caixa nos últimos anos apesar do crescimento na receita bruta. Entretanto, em um ambiente mais positivo para o mercado brasileiro, as construtoras devem ter uma boa performance.

Caso um cenário de aceleração nas vendas se concretize nos próximos trimestres, as consequências serão uma alta maior do que a esperada nas receitas e nos lucros, levando a uma maior geração de caixa. “Entretanto, nós ainda vemos que há pouca visibilidade na habilidade das companhias em converter ganhos na geração de caixa já que as companhias terão que investir mais nos próximos anos.

Resultados ruins e baixa geração de caixa
Os analistas apontam o corte de recomendação da MRV devido aos fracos resultados observados recentemente, com a companhia apresentando pela primeira vez dois trimestres seguidos com margens abaixo das expectativas. Entretanto, Huerta e Motta mantêm a companhia como uma das preferidas do setor.

Já a PDG tem pouca visibilidade de ganhos, apontam os analistas, devido aos resultados fracos, além de surpresas negativas nos últimos trimestres. “Além disso, a PDG é a companhia com o maior risco de baixa nas estimativas, com a revisão dos ganhos para R$ 481 milhões, 46% abaixo da estimativa consensual dos analistas”, apontam Huerta e Motta.

O corte de recomendação das ações da Gafisa, por sua vez, foi motivado pelo pagamento dos 20% de participação da Alphaville, esperado para os próximos meses, mantendo-se como um dos principais motivos para a desvalorização dos ativos da companhia. Os analistas avaliam que, mesmo com a maior participação dos acionistas minoritários, o corte foi motivado pelos piores resultados e pela queda nas margens.

Veja a recomendação do JP Morgan para as imobiliárias:

Imobiliárias tem sessão de forte queda

A visão negativa para o setor imobiliário também foi percebida pelos mercados. Liderando as quedas no Ibovespa na sessão dessa terça-feira (29), esteve os papéis PDGR3, que caíram 11,38% no pregão, cotada aos R$ 3,35. Outras ações do mercado de construção civil tiveram fortes perdas na sessão, como a Brookfield (BISA3, R$ 3,74, -7,20%), Gafisa (R$ 2,66,-6,34%), Rossi (R$ 5,62, -5,55%), MRV (R$ 9,35, -4,20%) e Cyrela (R$ 14,66, -3,62%).

Por: Lara Rizério

Fonte: InfoMoney

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