O grupo que abrange jovens entre 25 e 35 anos é bem heterogêneo. Ele se divide entre solteiros que buscam independência e prezam pela privacidade e por isso optam por morar sozinhos. Ou ainda, casais que querem “casa para casar”. E, por fim, parceiros que já estão casados há alguns anos e desejam ampliar o espaço para receber ou acolher mais confortavelmente os filhos.
“Hoje existe uma demanda muito grande por apartamentos menores porque as famílias também estão menores”, explica Fernando Sita, diretor da imobiliária Coelho da Fonseca. “Se fosse para generalizar, eu diria que os jovens entre 25 e 35 anos preferem apartamentos com dois dormitórios, com 50m² a 60m² e uma vaga na garagem”, resume Roseli Hernandes, diretora da Lello Imóveis.
Segundo ela, é importante que o tamanho do imóvel e a localização estejam mais próximos o possível do ideal. Mas, claro, a decisão final também é muito influenciada pelo bolso. “Às vezes, o cliente prefere um apartamento menor mas numa região que ele gosta, para depois trocar, quando a condição financeira permitir”, afirma.
A diretora defende que uma boa localização não é necessariamente em regiões centrais. “Para cada pessoa a orientação é importante de uma forma, o comprador pode preferir ficar perto do trabalho, da casa da mãe ou da escola dos filhos. Isso é relativo à fase que ele está vivendo”, associa. “Caso não dê para ir para o lugar dos sonhos, o segredo é pegar um lugar adjacente e, na primeira oportunidade, ir para mais perto do local sonhado. É assim que funciona.”
Se a possibilidade de investimento pelo imóvel aumenta de acordo com a condição financeira do comprador, a necessidade é que o espaço físico do apartamento cresça junto com a família. Foi o que aconteceu com o consultor de pré-vendas Willians Medeiros, de 34 anos. Em 2003, quando era solteiro, comprou seu primeiro apartamento na região do Imirim, na zona norte de São Paulo, com 68m² e dois quartos.
Depois, ele se casou e passou a dividir o teto com a esposa, Ana Paula. Há três anos, quando ela ficou grávida, o casal resolveu procurar outro lugar. O segundo imóvel é maior – tem 140m² e três quartos – fica na Vila Clementino, na zona sul da capital paulista, e é mais próximo do trabalho do consultor. O valor da venda do primeiro foi usado para dar entrada no novo apartamento.
Se em comparação aos imóveis construídos nos anos 70, as medidas dos apartamentos modernos estão cada vez menores, o modo de pagamento predominante também mudou. Ele está relacionado à alta de preços verificada nos últimos três anos em grandes cidades como São Paulo e Brasília. “Mais de 70% das vendas da Coelho são feitas com financiamento. Há cinco anos, essa proporção ficava entre 8% e 10%, o resto era pago à vista. Quando a legislação do financiamento mudou, as pessoas perceberam que podiam comprar. Isso aumentou a demanda e fez os preços subirem”, explica Fernando Sita.
Fonte: Terra