O crescimento da economia, aliado aos programas públicos  de incentivo ao setor imobiliário, tem influenciado no aumento das  vendas de imóveis. Esse cenário vem apresentando reflexos no número de  financiamentos e impulsionado as vendas de imóveis novos. Ainda assim, o  mercado de usados não registra quedas e garante seu espaço no mercado. Para quem está à procura da casa própria, a dúvida entre escolher um  imóvel novo ou um usado pode persistir. Afinal, o que vale a pena? Como  toda a escolha, essa envolve fatores econômicos, pessoais e até  emocionais. “Escolher entre um imóvel novo e um usado é como escolher  entre um carro novo e um usado: existem muitos fatores por trás disso”,  afirma o vice-presidente de Comercialização e Marketing do Secovi-SP  (Sindicato da Habitação de São Paulo), Elbio Fernández Nera.
Considerando os pontos objetivos, contudo, é possível traçar um  perfil desses dois tipos de imóveis para ajudar os mais indecisos nessa  difícil escolha. Para muitos, o preço é um fator determinante para a  escolha. “Um imóvel usado pode ser até 50% mais barato que um novo  localizado no mesmo bairro”, calcula o presidente do Creci (Conselho  Regional de Corretores de Imóveis, José Augusto Viana Neto.
Gastos com manutenção
O valor do imóvel pode ser determinante, mas não deve ser o único fator a  ser considerado por quem está a procura da casa própria. Se os gastos  são importantes, aqueles destinados à manutenção devem ser levados em  conta. Por isso, aquele que escolher um imóvel novo deve adotar  cuidados. “Um imóvel novo só começa a ter manutenção após três anos de  uso”, afirma Viana. “Depois, os gastos são os mesmos de qualquer  imóvel”, lembra.
Isso significa que, no fim das contas, a economia com manutenção que o  comprador tem com o imóvel novo não é tão grande assim para determinar a  escolha. Principalmente se for levado em conta que existem imóveis  usados em ótimas condições, que não requerem tantos gastos com  manutenção.
Por outro lado, aqueles que escolherem imóveis usados podem ter  surpresas e acabar gastando com reformas. “Na maioria das vezes, vale a  pena reformar”, afirma Viana. “Porque você personaliza o imóvel a seu  gosto”. Por outro lado, o que parece uma vantagem pode trazer prejuízos,  se a reforma não for bem avaliada.
Por isso, ao optar por um usado, o futuro proprietário deve fazer uma  vistoria completa. “Tem de olhar atentamente o estado de conservação  desse imóvel”, considera Nera. “É muito importante ficar atento à  umidade nas paredes, elas denunciam problemas com vazamento, e a parte  elétrica do imóvel”, afirma Viana.
Possíveis vantagens e desvantagens
Deixando o bolso um pouco de lado e atentando às conveniências que cada  tipo de imóvel pode oferecer, os especialistas ouvidos apontaram algumas  diferenças entre os imóveis novos e usados. “Os imóveis novos são mais  modernos e possuem espaços sociais maiores, além da segurança e  tecnologia”, afirma Nera, referindo-se aos apartamentos. “Por outro  lado, os imóveis usados geralmente são maiores”, completa.
Além disso, o perfil do comprador determina a escolha, como acrescenta Viana:
* Famílias com crianças: “para esse tipo de família, o ideal são os  imóveis novos em condomínios, porque existe a necessidade de lazer, que é  oferecido por esse tipo de imóvel”, afirma o presidente do Creci-SP.
* Casal em início de carreira e famílias em formação: “nesses casos, o  ideal são imóveis usados em boas condições, porque eles são mais baratos  e esse tipo de perfil não tem necessidade de tantos equipamentos de  lazer. Com isso, eles têm despesas menores”, diz.
* Idosos: “também para eles o ideal são imóveis usados, por causa dos  custos, que são menores. Nesses casos, eles devem privilegiar  condomínios pequenos e de preferência de casas”, ressalta.
Está tudo decidido
Após a escolha, as diferenças não persistem tanto. O processo de compra  de um imóvel novo é praticamente o mesmo de um usado. “No caso dos  imóveis novos, a preocupação que a pessoa deve ter é com relação ao  histórico da incorporadora e da construtora”, lembra Viana.
Na compra de um imóvel novo, as empresas devem apresentar uma série  de documentos que comprovem a boa saúde jurídica e financeira delas que  permitam a entrega do imóvel. Viana explica que, no caso dos imóveis  usados, esses documentos devem ser apresentados pela pessoa física  proprietária do bem.
No que se refere aos financiamentos, também há certas diferenças. No  caso dos usados, muitas vezes, é exigida uma entrada de, no mínimo, 20%  do valor total. Contudo, esse cenário está em mudanças. “Hoje, os  financiamentos que existem para imóveis novos existem para imóveis  usados”, afirma Nera.
fonte : InfoMoney
 
                 
 
		 
